Como foi explicado anteriormente, o cérebro de cada um interpreta os estímulos diferentemente e leva em conta três aspectos principais: a sua memória de experiências passadas, estado atual de atenção e sua estrutura genética.
Experiências anteriores podem trazer a tona sensações de prazer ou traumas aterrorizantes. É instintivo em todos os animais, e parte importante da evolução das espécies, identificar ameaças e boas experiências para a sua sobrevivência.
Sendo assim, criamos a todo o tempo relações emocionais com diversos estímulos e eles vêm carregados de informações ao atingirem o cérebro.
As empresas sabem muito bem disso e investem muito para atraírem os consumidores que se identificam com a sua atitude e a visibilidade que a marca proporciona a eles na sociedade.
"Branding emocional é montar relacionamentos; é dar a uma marca e um produto valor a longo-prazo. São experiências sensoriais, projetos que fazem você sentir o produto. Projetos que fazem você provar o produto. Projetos que fazem você comprar o produto”. – diz Sergio Zyman, no livro “Branding Design” de Marc Gobé.
Especialistas no relacionamento marca/consumidor são enfáticos na teoria de que a marca deve criar uma atmosfera emocional com o seu público-alvo. O marketing deve contar uma história com que ele se identifica, ter uma personalidade. Mais que querer somente vender produtos, essa empresa tem que ouvir seu consumidor e interagir com ele.
A visibilidade da marca está diretamente relacionada a essas experiências e interpretações de estímulos, já que a logomarca, o produto em si, a propaganda e a sua embalagem, vão enviar a mensagem e a associação que o cérebro vai fazer no momento em que essa informação for recebida, vai estar intricamente relacionada a experiências anteriores.
Trabalhar essa visibilidade é fundamental atualmente. Somente oferecer o serviço (agora não só falando de produtos, mas também dos nossos próprios serviços como profissionais) não é o suficiente e nós temos que lutar contra inúmeros outros competidores que estão alinhados com as nossas propostas ou produtos, equiparados qualitativamente com as nossas habilidades e, sem dúvidas, tão interessados nos benefícios desse trabalho quanto nós.
O que nos sobra é trabalhar bem a conquista emocional e conhecer bem as ferramentas que os sentidos nos oferecem é uma maneira muito eficiente de fazer a diferença e nos destacarmos no plano de fundo estático.
E aí aproveito essa última frase para começar a falar sobre o estado atual de atenção.
Para que possamos chamar a atenção dos nossos consumidores, devemos sair do lugar comum e oferecermos uma experiência agradável, que o convença a se interessar e nos escolher dentre todas as opções que lhes foram dadas. Competir com todas as pessoas que têm o mesmo intuito que nós.
Dessa forma levamos em conta antes de tudo nosso objetivo. Devemos ter em mente o que queremos, aonde desejamos chegar, que tipo de mensagem queremos transmitir e até onde estamos dispostos a ir para fazermos essa conquista. Não podemos esquecer que escolhas são fundamentais em qualquer departamento da nossa vida e todas elas têm conseqüências, sejam elas positivas ou não.
Estando isso claro, seguimos para o próximo passo que é conhecer quem queremos conquistar. Nosso público-alvo é para quem estamos fazendo isso, quem tirará proveito do nosso trabalho e é para isso que os clientes nos procuram.
Em seguida, devemos pesquisar os nossos concorrentes para absorvermos suas experiências boas ou ruins e aí chegar no nosso objetivo que é chamar a atenção.
Para conseguirmos saltar no plano de fundo, não podemos ser mais um na prateleira. Temos que estimular sensorialmente nosso alvo e nos fazermos notar, para que ele possa decidir qual das opções que foram apresentadas se encaixa melhor nas suas necessidades.
Vai ser esse estímulo que quebrará o estado de atenção (ou a falta dele) de uma pessoa que está ao celular, com o olhar vagando pelo mural de cartazes no metrô, ou de quem está no mercado olhando para as gôndolas e ouve o “jingle” de uma marca de leite, ou ainda de uma pessoa que está passando os olhos nos livros em uma livraria e é surpreendida pelo aroma de café em plena tarde.
A percepção da informação pelo corpo é feita de uma forma holística. Não percebemos cada estímulo separadamente, mas sim o seu conjunto. E quando aparentemente um sentido está adormecido, ele nos prova que na realidade eles estão sempre em alerta quando, por exemplo, a mensagem subliminar é absorvida pela nossa mente sem que nos demos conta, ou quando uma música toca sem que notemos e ao final do dia estamos cantarolando sem saber como ela surgiu em nossa mente.
Dessa forma, ainda que alguns sentidos sejam mais estimulados que outros, todos perceberão as informações e esse conjunto representará a experiência para o receptor da sua mensagem.
A teoria da Gestalt explica essa percepção sob o ponto de vista da psicologia da forma. Focada no aspecto visual, ela trabalha com dois conceitos: que o princípio operacional do cérebro é holístico, paralelo e análogo, com tendências auto-organizadoras; ou que o todo é maior que a soma das suas partes.
O cérebro está todo o tempo trabalhando na interpretação de informações, ações, intenções e traçando paralelos com situações familiares e dando significado lógico para as coisas que nos cercam.
O organismo varia de uma pessoa para outra, no entanto, todas as contidas no grupo que você selecionou como prioritárias para receberem a sua mensagem devem entendê-la da maneira desejada.
Nesse caso, levam-se em conta as características genéticas da maioria do grupo. Quais as possíveis limitações físicas eles enfrentam, como eles interagem com produto a fim de diminuir a dependência do auxílio de terceiros, entre outras.
Como exemplo podemos citar mensagens objetivas em outdoors para motoristas, sinalização nos supermercados clara para os clientes e alterações de cor ou alertas sonoros no clique de botões no site para guiar os usuários na navegação.
Assegurar-se de que todos sem exceção compreenderão a mensagem é extremamente difícil de controlar. Assim como se restringir somente ao público preferencial, já que qualquer um pode ter contato com a mensagem.
Entretanto, quanto mais conhecermos como funciona a comunicação fisiológica dos sentidos e todos esses elementos citados acima, mais eficiente e precisa se torna essa troca de informações com o público-alvo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário