Diferente do que o senso comum acredita, o sexto sentido não é a intuição, mas a propriocepção.
“Mesmo de olhos fechados você sabe em que posição está, por exemplo, sua perna esquerda neste momento. E, se pisar em falso, tentará se reequilibrar antes mesmo de se dar conta racionalmente do que está acontecendo.”
Esse sentido é responsável pela localização espacial do nosso corpo, nos dá noção de quanta força nossos músculos devem aplicar em determinada situação e é responsável, juntamente com o aparelho vestibular, pela manutenção do equilíbrio.
O aparelho vestibular é uma estrutura que existe junto ao ouvido humano que não é responsável pela audição, mas pelo equilíbrio. Ao nos mexermos, em qualquer direção que seja, é nessa região que os movimentos são detectados. Por dentro, essa estrutura contém líquidos e células que se parecem com fios de cabelo. Se derraparmos para um lado, essas células finas vão para o mesmo lado e dizem para o cérebro em que direção estamos indo, e aí nos equilibramos. Por isso que quando rodamos, ficamos tontos, já que o líquido não pára de rodar.
Ao descermos uma ladeira, a propricepção nos ajuda ao mandar um sinal para o cérebro que avisa que a musculatura deve se ajustar a fim de conseguirmos manter o equilíbrio e evitar quedas.
Há estruturas visuais que sensibilizam nosso organismo (não necessariamente direto no equilíbrio) e podem causar tonturas intensas, náuseas, dores de cabeça e até convulsões. Mudanças súbitas e constantes de ângulo de câmera e instabilidade da imagem (figura tremida ou fora de foco) produzem efeitos colaterais na grande maioria das pessoas que recebem essa mensagem.
No Japão, em 1997, um desenho mostrou uma cena em que o personagem produziu um efeito de luz que piscava cores aceleradamente durante apenas 5 segundos. O resultado foi que 12000 crianças passaram mal, segundo dados das autoridades japonesas. Pelo menos 600 foram internadas com convulsões. Mais tarde, quando trechos do programa foram exibidos nos telejornais noturnos, muitos adultos também foram afetados.
DESIGN SENSORIAL
Design + Neurociência + Percepção
domingo, 23 de março de 2008
Cap. 6 | Paladar
Parece meio incoerente falar sobre paladar em um projeto de design gráfico, mas essa estranheza se perde ao lembrar o quão abrangente nossa profissão é. Podemos trabalhar para qualquer empresa e, por mais abstratos que seus produtos sejam, temos que torná-los reais e necessários na cabeça dos consumidores.
O estímulo pelo paladar pode não ser necessariamente um fim, o produto a ser vendido no final das contas, mas sim um meio para que o real objetivo seja atingido (desde que haja coerência nessa opção).
Primeiramente, explicarei como funciona o sistema gustativo no nosso organismo na percepção de sabores:
Na parte de cima da língua, há pequenas elevações que podem ser vistas a olho nu, as papilas.
Cada papila contém cerca de duzentas células sensitivas, os botões gustativos, que só podem ser vistos com auxílio de microscópio. Na língua há cerca de nove mil botões gustativos.
Quando os botões gustativos são estimulados por partículas de alimento, eles enviam mensagens para o sistema nervoso. Este, por sua vez traduz as mensagens nas sensações de sabor.
Com os botões gustativos, percebemos quatro tipos de sensações fundamentais: doce, salgado, amargo e azedo. O sabor de um alimento envolve não apenas uma combinação dos quatro, como também o cheiro e a textura do alimento.
Quando comemos alguma coisa, para sentir o gosto é fundamental o papel da saliva. É ela quem leva os sabores para dentro das papilas gustativas, que, por sua vez, enviam os sinais ao cérebro.
Outras informações importantes sobre o paladar:
- Como tudo na anatomia humana, uma língua nunca é igual à outra. Tem gente, por exemplo, que tem mais papilas gustativas em partes da língua mais sensíveis aos sabores doces. A ciência ainda não sabe bem, mas pode ser por isso que algumas pessoas preferem doces, e outras gostam mais de salgados.
- O ser humano é um onívoro, palavra que significa "come de tudo". A humanidade chegou aonde chegou porque em todo lugar da Terra, a gente sempre encontra algo pra comer.
- É necessário que as substâncias estejam dissolvidas em água para que possamos sentir os sabores.
A intensidade da percepção dos sabores depende:
- Do número de papilas;
- Da penetração da substância no interior das mesmas;
- Da natureza, concentração, capacidade ionizante e composição química da substância.
Há quem diga que se há um tipo de amor incondicional, é o amor pela comida. Comer é tão essencial quanto dormir ou respirar, mas nenhum deles proporciona a diversidade de prazeres e sensações que o simples ingerir de um alimento pode dar.
Hormônios como a endorfina, encontrada no chocolate e na pimenta, melhoram a memória, o humor, o sistema imunológico, removem radicais livres (agindo contra os efeitos do envelhecimento), entre outros benefícios.
O paladar não funciona por si só, pois está conectado diretamente ao sentido do olfato, que é o responsável pela percepção de sabores diferentes dos 4 que os receptores das papilas conseguem identificar. Até aí, nada de mais, mas o sentido que também está fortemente relacionado ao gustativo é o visual.
A falta da visão não nos impede de sentirmos o gosto dos alimentos, mas ao vermos o que vamos comer (ou, em alguns casos, o que só ficaremos na vontade), a intensidade desse desejo se potencializa.
A imagem suculenta de uma pizza quente sendo servida, de um copo gelado de água, mesmo que somente na nossa imaginação, têm um efeito imediato e devastador. O mesmo efeito devastador podemos atribuir a uma comida com um aspecto que nos causa estranheza e que não é nada convidativo.
Para evitarmos que isso aconteça, é importante que haja um bom trabalho fotográfico e de tratamento de imagens para um cardápio de restaurante, por exemplo. Se os bolinhos de bacalhau estiverem com uma cor esverdeada na impressão, os clientes podem não se apetecer ou atribuírem a falta de qualidade do papel ao produto propriamente dito. Nos casos em que não podemos conseguir uma imagem de qualidade, o melhor é não colocar figura, porque ela pode ter o efeito contrário do esperado.
O projeto gráfico para alimentos é primordial e deve trabalhar para estimular esse desejo de comer. Usar cores quentes estimula o apetite, cores frias representam melhor refrescância e saciam a sede e elementos que representam graficamente os efeitos da temperatura tornam a imagem mais real e saborosa.
O uso do paladar como meio para um fim é bastante usado em lugares onde os consumidores ficarão em um período prolongado de tempo. Experiências de sucesso nesse aspecto são máquinas de café em salas de espera, guloseimas nas filas de mercados e lojas, cafeterias em livrarias e até mesmo os vendedores ambulantes dos ônibus.
Como tornar a embalagem de leite condensado apetitosa? Um pudim impresso na lata, por exemplo, funciona como um meio para vender o ingrediente que sozinho talvez não tenha o mesmo apelo para o consumidor.
Ainda que uma imagem possa despertar apetite de uma maneira muito real, nada substitui a interação com a comida. Investir em meios de levar amostras do seu produto até o seu fornecedor, possível investidor, consumidor final, ou qualquer que seja o interessado, é sempre a opção mais eficiente. Melhor ainda se essa experiência for interessante e cativante, de modo que o consumidor a associe com algo positivo.
O estímulo pelo paladar pode não ser necessariamente um fim, o produto a ser vendido no final das contas, mas sim um meio para que o real objetivo seja atingido (desde que haja coerência nessa opção).
Primeiramente, explicarei como funciona o sistema gustativo no nosso organismo na percepção de sabores:
Na parte de cima da língua, há pequenas elevações que podem ser vistas a olho nu, as papilas.
Cada papila contém cerca de duzentas células sensitivas, os botões gustativos, que só podem ser vistos com auxílio de microscópio. Na língua há cerca de nove mil botões gustativos.
Quando os botões gustativos são estimulados por partículas de alimento, eles enviam mensagens para o sistema nervoso. Este, por sua vez traduz as mensagens nas sensações de sabor.
Com os botões gustativos, percebemos quatro tipos de sensações fundamentais: doce, salgado, amargo e azedo. O sabor de um alimento envolve não apenas uma combinação dos quatro, como também o cheiro e a textura do alimento.
Quando comemos alguma coisa, para sentir o gosto é fundamental o papel da saliva. É ela quem leva os sabores para dentro das papilas gustativas, que, por sua vez, enviam os sinais ao cérebro.
Outras informações importantes sobre o paladar:
- Como tudo na anatomia humana, uma língua nunca é igual à outra. Tem gente, por exemplo, que tem mais papilas gustativas em partes da língua mais sensíveis aos sabores doces. A ciência ainda não sabe bem, mas pode ser por isso que algumas pessoas preferem doces, e outras gostam mais de salgados.
- O ser humano é um onívoro, palavra que significa "come de tudo". A humanidade chegou aonde chegou porque em todo lugar da Terra, a gente sempre encontra algo pra comer.
- É necessário que as substâncias estejam dissolvidas em água para que possamos sentir os sabores.
A intensidade da percepção dos sabores depende:
- Do número de papilas;
- Da penetração da substância no interior das mesmas;
- Da natureza, concentração, capacidade ionizante e composição química da substância.
Há quem diga que se há um tipo de amor incondicional, é o amor pela comida. Comer é tão essencial quanto dormir ou respirar, mas nenhum deles proporciona a diversidade de prazeres e sensações que o simples ingerir de um alimento pode dar.
Hormônios como a endorfina, encontrada no chocolate e na pimenta, melhoram a memória, o humor, o sistema imunológico, removem radicais livres (agindo contra os efeitos do envelhecimento), entre outros benefícios.
O paladar não funciona por si só, pois está conectado diretamente ao sentido do olfato, que é o responsável pela percepção de sabores diferentes dos 4 que os receptores das papilas conseguem identificar. Até aí, nada de mais, mas o sentido que também está fortemente relacionado ao gustativo é o visual.
A falta da visão não nos impede de sentirmos o gosto dos alimentos, mas ao vermos o que vamos comer (ou, em alguns casos, o que só ficaremos na vontade), a intensidade desse desejo se potencializa.
A imagem suculenta de uma pizza quente sendo servida, de um copo gelado de água, mesmo que somente na nossa imaginação, têm um efeito imediato e devastador. O mesmo efeito devastador podemos atribuir a uma comida com um aspecto que nos causa estranheza e que não é nada convidativo.
Para evitarmos que isso aconteça, é importante que haja um bom trabalho fotográfico e de tratamento de imagens para um cardápio de restaurante, por exemplo. Se os bolinhos de bacalhau estiverem com uma cor esverdeada na impressão, os clientes podem não se apetecer ou atribuírem a falta de qualidade do papel ao produto propriamente dito. Nos casos em que não podemos conseguir uma imagem de qualidade, o melhor é não colocar figura, porque ela pode ter o efeito contrário do esperado.
O projeto gráfico para alimentos é primordial e deve trabalhar para estimular esse desejo de comer. Usar cores quentes estimula o apetite, cores frias representam melhor refrescância e saciam a sede e elementos que representam graficamente os efeitos da temperatura tornam a imagem mais real e saborosa.
O uso do paladar como meio para um fim é bastante usado em lugares onde os consumidores ficarão em um período prolongado de tempo. Experiências de sucesso nesse aspecto são máquinas de café em salas de espera, guloseimas nas filas de mercados e lojas, cafeterias em livrarias e até mesmo os vendedores ambulantes dos ônibus.
Como tornar a embalagem de leite condensado apetitosa? Um pudim impresso na lata, por exemplo, funciona como um meio para vender o ingrediente que sozinho talvez não tenha o mesmo apelo para o consumidor.
Ainda que uma imagem possa despertar apetite de uma maneira muito real, nada substitui a interação com a comida. Investir em meios de levar amostras do seu produto até o seu fornecedor, possível investidor, consumidor final, ou qualquer que seja o interessado, é sempre a opção mais eficiente. Melhor ainda se essa experiência for interessante e cativante, de modo que o consumidor a associe com algo positivo.
Cap. 5 | Olfato
"Tão logo que o líquido quente misturado com o miolo tocou meu palato, um arrepio correu por todo meu corpo, e eu parei, tomado pela coisa maravilhosa que estava acontecendo comigo. Um prazer exótico invadiu meus sentidos... sem sugestão da sua origem... De repente a memória foi revelada. O gosto era de um pequeno pedaço de ‘madeleine’ que nas manhãs de domingo... minha tia Leonie costumava me dá-lo, mergulhando-o primeiro na sua própria xícara de chá... Imediatamente a vela casa cinza na rua, onde estava seu quarto, desabrochou algo como um cenário... e toda a cidade, com suas pessoas e casas, jardins, igreja, a arredores, tomando forma e consistência, tornando-se realidade através da minha xícara de chá”.
Em "Remembrance of Things Past", livro de onde esse trecho foi tirado, o romancista francês Marcel Proust descreveu o que aconteceu com ele depois de tomar uma colherada de chá na qual ele mergulhou um pedaço de “madeleine”, um tipo de bolo.
Somente pegar, olhar ou lembrar do bolinho, não teria o mesmo efeito de remeter o personagem às lembranças de sua tia. Sem esse contato olfato-gustativo, sua experiência não seria tão intensa e real como a descrita. Esse trecho do livro tornou-se uma referência recorrente quando se trata do poder da memória olfativa, e da literal viagem no tempo que fazemos ao termos contato com algum aroma familiar. Isso provavelmente porque há mais conexões entre a região olfativa do cérebro ao complexo amídala-hipocampo (onde as memórias emocionais são processadas) do qualquer outro sentido tem. O aroma não é filtrado pelo cérebro, é instintivo e involuntário.
Diferente de grande parte dos animais, nosso sentido imediato de reconhecimento de alguém ou alguma coisa não é o olfato, mas a visão. Talvez por isso, apesar de sentirmos cerca de 10.000 tipos de odores separadamente, não temos termologias específicas que possam descrever um cheiro para alguém que nunca o tenha sentido, enquanto possuímos uma gama imensa de nomes para as diferentes cores que existem.
Olfato é o outro sentido químico. Diferente do paladar, há centenas de receptores olfativos, cada um ligando a uma característica da molécula em particular. Moléculas odoríferas possuem uma variedade de características e por isso estimula específicos receptores mais ou menos intensamente. Essa combinação de sinais estimulantes de diferentes receptores cria o que percebemos como o cheiro da molécula. Os neurônios no nariz diferem da grande parte dos outros, visto que eles morrem e se regeneram de forma regular.
Outras informações importantes sobre o olfato:
- Na realidade, a parte do nariz que podemos enxergar de fora serve apenas para inspirar e canalizar o ar que contém moléculas odoríferas. Os neurônios que sentem essas moléculas localizam-se no fundo da cavidade nasal, em um remendo de células chamadas de epitélio olfativo.
- Nosso paladar apenas promovem 4 sensações distintas: doce, salgado, azedo e amargo. Outros sabores vêm do cheiro, e quando o nariz está entupido por um resfriado, grande parte da comida parece sem graça ou sem gosto.
- Mas não só o gosto da comida se perde quando não sentimos cheiro. As experiências de fazer amor ou mesmo passear numa manhã primaveril podem ser prejudicadas. Há casos em que se verifica que há uma diminuição de intensidade em todas as experiências emocionais.
- Os odores podem ser classificados em agradáveis, como os estudados pela perfumaria, e desagradáveis, como os que são controlados por substâncias desodorantes. Afora o critério subjetivo, os odores podem também constituir grupos de acordo com os efeitos que provocam, como os feromônios ou hormônios sexuais, que ativam a libido pela excitação provocada pelo aroma.
- Antigamente, o sistema límbico era chamado de cérebro das emoções. Quando estamos muito tensos e nervosos, um aroma de lavanda é capaz de nos relaxar e nos induzir ao sono, ajudando em casos de insônia. Quando estamos apáticos, deprimidos, infelizes, o aroma de bergamota pode ajudar na recuperação. Aromas de limão e eucalipto melhoram a concentração, enquanto os de alecrim aliviam o cansaço.
A relação odor/emoção não pára por aí. Empresas têm investido cada vez mais na sua identidade olfativa, criando fragrâncias voltadas para os seus consumidores principais. O perfil desse público vai definir se a fragrância deve ser suave, doce, masculina ou mais tradicional. Além disso, há empresas que preferem investir em uma identidade na própria loja, criando uma memória olfativa nas pessoas que passam por ali.
Alguns exemplos que me marcaram nesse sentido foram a loja de sapatos Mr.Cat, que sempre teve, para mim, um cheiro bem característico e agradável. Por vezes eu parava para ficar um tempo sentindo aquele cheiro que me fazia bem, sob o pretexto de ver um sapato na vitrine.
A marca Dove também investiu nesse sentido. Praticamente todos os seus produtos têm um cheiro bem característico da marca, desde shampoos a desodorantes, que pode ser identificado facilmente e, o melhor, associado à marca.
Lembro também de um hotel em que fiquei hospedada em Buenos Aires. Ao entrar lá pela primeira vez, cansada da viagem e sonolenta, pois estava de madrugada, me deparei com um suave e maravilhoso aroma de baunilha. Era sempre um prazer esperar naquele saguão de entrada.
Entretanto, um fator que está diretamente relacionado com essa identidade olfativa e que é primordial, é o material que escolhemos para o que quer que entre em contato com o consumidor e isso pode jogar contra nós ou podemos usar a nosso favor.
Esse mesmo hotel com saguão de baunilha trouxe outra surpresa para o meu sistema olfativo, mas dessa vez não era tão agradável assim. Ao entrar no quarto senti que havia alguma coisa estranha, que não cheirava bem (e ai me deparo com o problema da falta de vocabulário para descrever o tal cheiro), mas era algo parecido com mofo. O problema estava na madeira que escolheram para o armário e perfume nenhum conseguiria amenizar.
De que maneira podemos aproveitar essa informação em design? Não é sempre que estamos envolvidos em algum projeto de ambientes, mas o que dizer de projetar embalagens? Escolher um determinado tipo de papel para rechear um livro, a cola para montar um protótipo, ou usar papel paraná em uma apresentação de layout que vai chegar aos receptores olfativos do cliente terá impacto direto sobre ele. Por isso, o material é importante e devemos estar sempre analisando os que podem nos somar benefícios e causar uma boa impressão.
Um dos maiores desafios das empresas é conseguir materializar o cheiro e atribuir imagens e melodias a ele, como na venda de perfumes. Nesse caso a saída tem sido de explorar um conceito bastante abstrato: atitude.
A coisa funciona mais ou menos assim: determinada fragrância ativa determinados receptores mais, outros menos, causando determinada sensação e estado emocional. Nós escolhemos determinado cheiro de acordo com nosso gosto pessoal, estado emocional momentâneo ou sensação que queremos estimular em nós mesmos ou em outras pessoas.
Tudo isso é captado e a sua recorrência é atribuída a um grupo de pessoas que têm certa atitude em comum e é para elas que o comercial daquele perfume é voltado. No entanto, pouquíssimas empresas investem na maneira mais fácil de apresentar a sua fragrância, que é oferecendo amostras do seu produto de maneira cada vez mais bem sucedida. Por mais que o consumidor se encante com o seu ator preferido na campanha, que custou milhares de dólares na sua produção, ele não vai levar um perfume que não lhe agrada.
Há uma variedade enorme de produtos em que podemos trabalhar aromas. Desde os antigos papéis de carta, às canetas com diversos cheiros (relacionados às cores) a idéia de associar aromas a cores de roupas para que cegos, que foi proposta durante uma palestra em um encontro de design. Quem sabe em um futuro próximo seja finalmente concretizada a idéia de televisores e computadores que venham com um dispositivo que libera odores?
Em "Remembrance of Things Past", livro de onde esse trecho foi tirado, o romancista francês Marcel Proust descreveu o que aconteceu com ele depois de tomar uma colherada de chá na qual ele mergulhou um pedaço de “madeleine”, um tipo de bolo.
Somente pegar, olhar ou lembrar do bolinho, não teria o mesmo efeito de remeter o personagem às lembranças de sua tia. Sem esse contato olfato-gustativo, sua experiência não seria tão intensa e real como a descrita. Esse trecho do livro tornou-se uma referência recorrente quando se trata do poder da memória olfativa, e da literal viagem no tempo que fazemos ao termos contato com algum aroma familiar. Isso provavelmente porque há mais conexões entre a região olfativa do cérebro ao complexo amídala-hipocampo (onde as memórias emocionais são processadas) do qualquer outro sentido tem. O aroma não é filtrado pelo cérebro, é instintivo e involuntário.
Diferente de grande parte dos animais, nosso sentido imediato de reconhecimento de alguém ou alguma coisa não é o olfato, mas a visão. Talvez por isso, apesar de sentirmos cerca de 10.000 tipos de odores separadamente, não temos termologias específicas que possam descrever um cheiro para alguém que nunca o tenha sentido, enquanto possuímos uma gama imensa de nomes para as diferentes cores que existem.
Olfato é o outro sentido químico. Diferente do paladar, há centenas de receptores olfativos, cada um ligando a uma característica da molécula em particular. Moléculas odoríferas possuem uma variedade de características e por isso estimula específicos receptores mais ou menos intensamente. Essa combinação de sinais estimulantes de diferentes receptores cria o que percebemos como o cheiro da molécula. Os neurônios no nariz diferem da grande parte dos outros, visto que eles morrem e se regeneram de forma regular.
Outras informações importantes sobre o olfato:
- Na realidade, a parte do nariz que podemos enxergar de fora serve apenas para inspirar e canalizar o ar que contém moléculas odoríferas. Os neurônios que sentem essas moléculas localizam-se no fundo da cavidade nasal, em um remendo de células chamadas de epitélio olfativo.
- Nosso paladar apenas promovem 4 sensações distintas: doce, salgado, azedo e amargo. Outros sabores vêm do cheiro, e quando o nariz está entupido por um resfriado, grande parte da comida parece sem graça ou sem gosto.
- Mas não só o gosto da comida se perde quando não sentimos cheiro. As experiências de fazer amor ou mesmo passear numa manhã primaveril podem ser prejudicadas. Há casos em que se verifica que há uma diminuição de intensidade em todas as experiências emocionais.
- Os odores podem ser classificados em agradáveis, como os estudados pela perfumaria, e desagradáveis, como os que são controlados por substâncias desodorantes. Afora o critério subjetivo, os odores podem também constituir grupos de acordo com os efeitos que provocam, como os feromônios ou hormônios sexuais, que ativam a libido pela excitação provocada pelo aroma.
- Antigamente, o sistema límbico era chamado de cérebro das emoções. Quando estamos muito tensos e nervosos, um aroma de lavanda é capaz de nos relaxar e nos induzir ao sono, ajudando em casos de insônia. Quando estamos apáticos, deprimidos, infelizes, o aroma de bergamota pode ajudar na recuperação. Aromas de limão e eucalipto melhoram a concentração, enquanto os de alecrim aliviam o cansaço.
A relação odor/emoção não pára por aí. Empresas têm investido cada vez mais na sua identidade olfativa, criando fragrâncias voltadas para os seus consumidores principais. O perfil desse público vai definir se a fragrância deve ser suave, doce, masculina ou mais tradicional. Além disso, há empresas que preferem investir em uma identidade na própria loja, criando uma memória olfativa nas pessoas que passam por ali.
Alguns exemplos que me marcaram nesse sentido foram a loja de sapatos Mr.Cat, que sempre teve, para mim, um cheiro bem característico e agradável. Por vezes eu parava para ficar um tempo sentindo aquele cheiro que me fazia bem, sob o pretexto de ver um sapato na vitrine.
A marca Dove também investiu nesse sentido. Praticamente todos os seus produtos têm um cheiro bem característico da marca, desde shampoos a desodorantes, que pode ser identificado facilmente e, o melhor, associado à marca.
Lembro também de um hotel em que fiquei hospedada em Buenos Aires. Ao entrar lá pela primeira vez, cansada da viagem e sonolenta, pois estava de madrugada, me deparei com um suave e maravilhoso aroma de baunilha. Era sempre um prazer esperar naquele saguão de entrada.
Entretanto, um fator que está diretamente relacionado com essa identidade olfativa e que é primordial, é o material que escolhemos para o que quer que entre em contato com o consumidor e isso pode jogar contra nós ou podemos usar a nosso favor.
Esse mesmo hotel com saguão de baunilha trouxe outra surpresa para o meu sistema olfativo, mas dessa vez não era tão agradável assim. Ao entrar no quarto senti que havia alguma coisa estranha, que não cheirava bem (e ai me deparo com o problema da falta de vocabulário para descrever o tal cheiro), mas era algo parecido com mofo. O problema estava na madeira que escolheram para o armário e perfume nenhum conseguiria amenizar.
De que maneira podemos aproveitar essa informação em design? Não é sempre que estamos envolvidos em algum projeto de ambientes, mas o que dizer de projetar embalagens? Escolher um determinado tipo de papel para rechear um livro, a cola para montar um protótipo, ou usar papel paraná em uma apresentação de layout que vai chegar aos receptores olfativos do cliente terá impacto direto sobre ele. Por isso, o material é importante e devemos estar sempre analisando os que podem nos somar benefícios e causar uma boa impressão.
Um dos maiores desafios das empresas é conseguir materializar o cheiro e atribuir imagens e melodias a ele, como na venda de perfumes. Nesse caso a saída tem sido de explorar um conceito bastante abstrato: atitude.
A coisa funciona mais ou menos assim: determinada fragrância ativa determinados receptores mais, outros menos, causando determinada sensação e estado emocional. Nós escolhemos determinado cheiro de acordo com nosso gosto pessoal, estado emocional momentâneo ou sensação que queremos estimular em nós mesmos ou em outras pessoas.
Tudo isso é captado e a sua recorrência é atribuída a um grupo de pessoas que têm certa atitude em comum e é para elas que o comercial daquele perfume é voltado. No entanto, pouquíssimas empresas investem na maneira mais fácil de apresentar a sua fragrância, que é oferecendo amostras do seu produto de maneira cada vez mais bem sucedida. Por mais que o consumidor se encante com o seu ator preferido na campanha, que custou milhares de dólares na sua produção, ele não vai levar um perfume que não lhe agrada.
Há uma variedade enorme de produtos em que podemos trabalhar aromas. Desde os antigos papéis de carta, às canetas com diversos cheiros (relacionados às cores) a idéia de associar aromas a cores de roupas para que cegos, que foi proposta durante uma palestra em um encontro de design. Quem sabe em um futuro próximo seja finalmente concretizada a idéia de televisores e computadores que venham com um dispositivo que libera odores?
Cap. 4 | Tato
A pele é o maior órgão do corpo humano, chegando a medir 2 m² e pesar 4 Kg em um adulto. É constituída por duas camadas distintas, firmemente unidas entre si - a epiderme (mais externa, formada por tecido epitelial) e a derme (mais interna, formada por tecido conjuntivo).
Logo abaixo da superfície da pele, existem milhões de nervos, que agem como receptores sensitivos, chamados de receptores táteis. São eles que transmitem ao nosso cérebro a sensação de que estamos sendo tocados. Esses nervos atuam em conjunto de uma maneira muito sofisticada. E quando alguma coisa estranha acontece, eles dão o alarme. Esse alarme se chama dor. A intensidade do toque é o que faz com que algo prazeroso se transforme em dor.
Aristóteles incluía a percepção da temperatura e da dor, hoje em dia o termo é mais utilizado para a percepção da pressão por terminações nervosas existentes na pele. Há uma variedade de receptores de pressão que respondem a variações de intensidade (firme, suave, constante, etc.)
Outras informações importantes sobre o tato:
- A expectativa de dor influencia diretamente a sensação de dor. Se a gente acha que alguma coisa vai doer, acaba doendo mesmo.
Foi isso que cientistas comprovaram através da seguinte experiência: Metade de um grupo de voluntários teria que tomar um analgésico, o comprimido amarelo, e a outra metade tomaria o comprimido marrom, uma droga capaz de aumentar a sensibilidade à dor. Ao aumentarem a intensidade dos choques, os que acreditaram ter tomado um analgésico continuam tranqüilos. No outro grupo, o sofrimento tornou-se insuportável.
- Segundo uma matéria no site do programa “Fantástico”, “Se cada parte do corpo tivesse um tamanho proporcional à sua sensibilidade, é assim que o nosso corpo seria: as mãos, que são muito sensíveis, teriam que ser muito maiores; os pés teriam o mesmo tamanho do tronco. Metade do tamanho dos pés seria dos dedos. É por isso que a gente sente tanta cosquinha no pé. O rosto é muito mais sensível que o peito ou as costas. Por isso, teria que ser maior. Os lábios também. E a língua teria o mesmo tamanho das mãos”.
Enquanto a maioria dos sentidos nos informa sobre o mundo, geralmente é o tato que nos permite possuí-lo de fato, de envolver nossa consciência ao seu redor. O consumidor gosta de brincar com o produto e imaginá-lo sendo seu antes da compra.
O toque, sendo ele em um produto em si, a estrutura de uma loja, a temperatura ambiente ou mesmo a maçaneta da porta, é uma dimensão da experiência da marca. Com o aumento da influência da Internet, empresas que investem em uma interação tátil com o consumidor estão sendo cada vez mais valorizadas.
Atualmente, um bom designer deve pensar na melhor maneira de transportar um conceito abstrato em algo palpável, pois grande parte das pessoas prefere investir em bens concretos que em serviços. Por exemplo, mesmo que gastemos o nosso dinheiro em viagens, materializamos essa experiência por meio de fotos e vídeos.
Há vários aspectos diretamente ligados ao tato que dizem respeito ao nosso projeto que devemos considerar.
Ao projetarmos um livro, devemos lembrar que a gramatura que escolhemos para o papel está diretamente relacionada não só com a qualidade da impressão, mas também com o peso do produto e a interação com o leitor com ele. Ninguém gosta de ter que ficar degladiando com as páginas, nem de ter dores musculares por tentar sustentar o peso do livro nas mãos.
Quando pensamos em uma embalagem é fundamental considerar como o consumidor vai interagir com ela. É preciso que ele veja o conteúdo no seu interior antes da compra? Pedidos de amostra ocorrem com freqüência? A proteção reforçada é realmente necessária ou as violações são um indicador que os consumidores querem tocar ou provar esse produto?
É muito comum vendedores terem prejuízo com consumidores que querem ver o efeito de um batom na pele ou que não conseguem ver a cor de um produto através da embalagem e a rompem para poderem tocar, sentir ou ver esse objeto.
Conteúdos bloqueados, lacrados, com acesso dificultado ou totalmente inacessíveis, às vezes são artifícios usados para incentivar a procura ou a compra de produtos e às vezes podem até funcionar. Mas pequenas amostras, demonstrações, aperitivos, acesso parcial têm uma conotação muito mais agradável e na grande maioria dos casos conquistam o cliente a longo prazo.
O sentido tátil está diretamente relacionado com o estudo da ergonomia, que consiste em desenhar produtos e ambientes com foco nas pessoas que vão interagir com ele, e não mais na mecanização do processo. Cada vez mais as empresas se preocupam em ouvir os consumidores nesse aspecto e adaptam desde o design até a produção como um todo, para atender a essa demanda.
Soluções como regulagem de altura, tamanho, moldes de diferentes cores, embalagens que complementam o conceito do produto e adaptam-se à rotina de vida dos compradores estão sendo cada vez mais adotadas.
Entretanto, não podemos esquecer que há outros fatores a serem levados em conta, como o transporte e empilhamento dos produtos, onde o prejuízo por danos nas peças deve ser o menor possível e com menor custo, e a disposição deles no mostruário. O público-alvo desse produto tem fácil acesso a ele? Será que pode ser feita um display em um lugar que estão produtos relacionados com o seu? O ponto de venda pode ser personalizado?
Nunca podemos esquecer que é natural e instintivo do ser humano e de muitos animais sentir, pegar, possuir, para poder conhecer melhor as coisas e sentir-se mais seguro. Ou ninguém está familiarizado com a famosa “olhadinha” que não se satisfaz apenas com os olhos?
Logo abaixo da superfície da pele, existem milhões de nervos, que agem como receptores sensitivos, chamados de receptores táteis. São eles que transmitem ao nosso cérebro a sensação de que estamos sendo tocados. Esses nervos atuam em conjunto de uma maneira muito sofisticada. E quando alguma coisa estranha acontece, eles dão o alarme. Esse alarme se chama dor. A intensidade do toque é o que faz com que algo prazeroso se transforme em dor.
Aristóteles incluía a percepção da temperatura e da dor, hoje em dia o termo é mais utilizado para a percepção da pressão por terminações nervosas existentes na pele. Há uma variedade de receptores de pressão que respondem a variações de intensidade (firme, suave, constante, etc.)
Outras informações importantes sobre o tato:
- A expectativa de dor influencia diretamente a sensação de dor. Se a gente acha que alguma coisa vai doer, acaba doendo mesmo.
Foi isso que cientistas comprovaram através da seguinte experiência: Metade de um grupo de voluntários teria que tomar um analgésico, o comprimido amarelo, e a outra metade tomaria o comprimido marrom, uma droga capaz de aumentar a sensibilidade à dor. Ao aumentarem a intensidade dos choques, os que acreditaram ter tomado um analgésico continuam tranqüilos. No outro grupo, o sofrimento tornou-se insuportável.
- Segundo uma matéria no site do programa “Fantástico”, “Se cada parte do corpo tivesse um tamanho proporcional à sua sensibilidade, é assim que o nosso corpo seria: as mãos, que são muito sensíveis, teriam que ser muito maiores; os pés teriam o mesmo tamanho do tronco. Metade do tamanho dos pés seria dos dedos. É por isso que a gente sente tanta cosquinha no pé. O rosto é muito mais sensível que o peito ou as costas. Por isso, teria que ser maior. Os lábios também. E a língua teria o mesmo tamanho das mãos”.
Enquanto a maioria dos sentidos nos informa sobre o mundo, geralmente é o tato que nos permite possuí-lo de fato, de envolver nossa consciência ao seu redor. O consumidor gosta de brincar com o produto e imaginá-lo sendo seu antes da compra.
O toque, sendo ele em um produto em si, a estrutura de uma loja, a temperatura ambiente ou mesmo a maçaneta da porta, é uma dimensão da experiência da marca. Com o aumento da influência da Internet, empresas que investem em uma interação tátil com o consumidor estão sendo cada vez mais valorizadas.
Atualmente, um bom designer deve pensar na melhor maneira de transportar um conceito abstrato em algo palpável, pois grande parte das pessoas prefere investir em bens concretos que em serviços. Por exemplo, mesmo que gastemos o nosso dinheiro em viagens, materializamos essa experiência por meio de fotos e vídeos.
Há vários aspectos diretamente ligados ao tato que dizem respeito ao nosso projeto que devemos considerar.
Ao projetarmos um livro, devemos lembrar que a gramatura que escolhemos para o papel está diretamente relacionada não só com a qualidade da impressão, mas também com o peso do produto e a interação com o leitor com ele. Ninguém gosta de ter que ficar degladiando com as páginas, nem de ter dores musculares por tentar sustentar o peso do livro nas mãos.
Quando pensamos em uma embalagem é fundamental considerar como o consumidor vai interagir com ela. É preciso que ele veja o conteúdo no seu interior antes da compra? Pedidos de amostra ocorrem com freqüência? A proteção reforçada é realmente necessária ou as violações são um indicador que os consumidores querem tocar ou provar esse produto?
É muito comum vendedores terem prejuízo com consumidores que querem ver o efeito de um batom na pele ou que não conseguem ver a cor de um produto através da embalagem e a rompem para poderem tocar, sentir ou ver esse objeto.
Conteúdos bloqueados, lacrados, com acesso dificultado ou totalmente inacessíveis, às vezes são artifícios usados para incentivar a procura ou a compra de produtos e às vezes podem até funcionar. Mas pequenas amostras, demonstrações, aperitivos, acesso parcial têm uma conotação muito mais agradável e na grande maioria dos casos conquistam o cliente a longo prazo.
O sentido tátil está diretamente relacionado com o estudo da ergonomia, que consiste em desenhar produtos e ambientes com foco nas pessoas que vão interagir com ele, e não mais na mecanização do processo. Cada vez mais as empresas se preocupam em ouvir os consumidores nesse aspecto e adaptam desde o design até a produção como um todo, para atender a essa demanda.
Soluções como regulagem de altura, tamanho, moldes de diferentes cores, embalagens que complementam o conceito do produto e adaptam-se à rotina de vida dos compradores estão sendo cada vez mais adotadas.
Entretanto, não podemos esquecer que há outros fatores a serem levados em conta, como o transporte e empilhamento dos produtos, onde o prejuízo por danos nas peças deve ser o menor possível e com menor custo, e a disposição deles no mostruário. O público-alvo desse produto tem fácil acesso a ele? Será que pode ser feita um display em um lugar que estão produtos relacionados com o seu? O ponto de venda pode ser personalizado?
Nunca podemos esquecer que é natural e instintivo do ser humano e de muitos animais sentir, pegar, possuir, para poder conhecer melhor as coisas e sentir-se mais seguro. Ou ninguém está familiarizado com a famosa “olhadinha” que não se satisfaz apenas com os olhos?
Cap.3 | Audição
Uma música que tocou na cena mais emocionante de um filme, o som do salto da sua mãe que se aproxima pelo corredor, a voz de um amigo – são alguns de milhares de exemplos de tipos de sons que podem desencadear uma enxurrada de memórias e emoções em nosso corpo.
Sons e melodias carregam em si um grande poder sobre a nossa mente, e estimulam a liberação de endorfina pelo organismo, atuando sobre poderosos centros de prazer do cérebro. É sobre como funciona esse sentido que falarei agora.
“Audição é o sentido de percepção do som e é resultado de pequenas fibras capilares no ouvido que detectam o movimento de uma membrana que vibra em resposta a mudanças na pressão exercidas por partículas atmosféricas entre uma escala de 9 a 22.000 Hz, no entanto isso varia em cada indivíduo. Som pode também ser detectado como vibrações conduzidas pelo corpo por tato. Freqüências mais baixas ou mais altas podem ser ouvidas após e somente dessa maneira”. Texto retirado do site Wikipedia.
Assim como na visão a percepção completa da imagem ocorre com a imagem enviada pelos dois olhos, na audição o processo chamado fusão binaural ocorre no cérebro, colhendo as mais sutis diferenças sonoras que chegam em cada ouvido, nos permitindo ter a informação unificada de som e apontando de onde ele vem.
Outras informações importantes sobre a audição:
- Junto ao ouvido humano existe uma estrutura chamada aparelho vestibular, que não é responsável pela audição, mas pelo equilíbrio.
- Há apenas 16 mil células capilares em uma cóclea humana, comparadas com 100 milhões fotoreceptores na retina dos olhos, e elas são extremamente vulneráveis.
- As pessoas tendem a perderem 40% de suas células capilares quando próximos aos 65 anos. E uma vez destruídas, essas células não regeneram.
- Abaixo segue uma relação dos diferentes níveis de surdez:
1 - Leve: nível auditivo de 25 a 40 decibéis, o que equivale a perda de até 25% da capacidade de ouvir e entender. A pessoa consegue participar de uma conversa, mas tem dificuldades para ouvir sussurros.
2 - Moderada: de 41 a 70 decibéis. Perda pode chegar a 70%. Não se consegue escutar os barulhos provocados pela movimentação em um escritório, por exemplo.
3 - Severa: de 71 a 90 decibéis. No limite, há praticamente perda total na capacidade de comunicação. Não é possível manter uma conversa em tom normal (60 decibéis). A audição só ocorre quando se grita perto do interlocutor.
4 - Profunda: acima de 90 decibéis. A pessoa só ouve ruídos como os de uma britadeira (120 a 130 decibéis).
Se feito corretamente, o estímulo auditivo em projetos de design pode não só ocupar os consumidores, como também transmitir sensações, mas, apesar de termos consciência disso, não tiramos proveito dessa ferramenta com tanta freqüência.
É bem verdade que não é em qualquer projeto que um projeto sonoro será viável ou terá sentido. Na maioria das vezes a música é usada em projetos de ambientes, sites, venda de CDs e DVDs, etc., mas ser usado com freqüência não quer dizer necessariamente ser eficiente.
Tive recentemente uma experiência em uma loja de departamentos que marcou não só a mim, como às pessoas que estavam presentes comigo nesse lugar. Estávamos em busca de produtos pela loja e se não fosse por isso já teríamos saído de lá sem titubear. O repertório musical era oriundo de um DVD de show que estava a venda e nele a platéia gritava, o cantor gritava, o som estava alto demais e a atmosfera criada nesse lugar era extremamente estressante. O estímulo sonoro não favoreceu o bem estar dos clientes e evitamos a qualquer custo voltar naquela loja, a não ser que fosse realmente necessário e rápido.
Em oposição a esse caso, tenho como exemplo uma vez em que estive no aeroporto.
Enquanto aguardava a chegada de um vôo, vagava pela área de desembarque, que não estava lá no seu período muito movimentado, e estava com uma sensação esquisita. O ambiente parecia triste, abandonado. Muito diferente da imagem que eu tinha de aeroporto quando eu era criança, em que eu tinha prazer de freqüentar e brincava com as portas automáticas.
Pensei um pouco e cheguei à seguinte conclusão: esse aeroporto precisa de música.
Depois que muitas companhias aéreas pararam de funcionar, algumas áreas do aeroporto ficaram vazias e como fizeram nas estações de metrô, o uso de música ambiente preencheria aquele espaço de maneira muito eficiente.
E se o aeroporto é um meio de convergência de culturas e às vezes o único lugar brasileiro visitado por estrangeiros, por que não usar a música ambiente para dar um aperitivo cultural da nossa gente, agregando funcionalidade e propósito ao projeto?
Esses exemplos servem para reforçar a idéia de que o som pode ser mais poderoso (em alguns casos até decisivo) do que pensamos na hora da escolha do público. Temas musicais são responsáveis por um aumento considerável no volume de compra de um produto e essa técnica pode ser aplicada de várias maneiras. Ou vocês acham que é qualquer um que tem a idéia de colocar dispositivos sonoros em bichos de pelúcia?
A boa notícia é que designers hoje em dia estão cada vez mais conscientes da importância de explorar esses sons em prol de uma boa experiência para o usuário e estão explorando o assunto de maneira muito criativa e com um misto de empirismo e conteúdo.
Participei de uma oficina criada por alunos da faculdade de Desenho Industrial de Bauru em que eles divulgam pelos encontros de estudantes métodos de seleção de sons no ambiente, várias referências de músicas experimentais, além de trazerem uma bagagem histórica da criação musical para embasar os seus argumentos.
Essas iniciativas são muito importantes para dar conhecimento para que comecemos a explorar esse mundo sonoro em nosso benefício e do mercado também.
Empresas como Sonicsista focam no trabalho de sonorização da marca, unindo personalidade e coesão com todo o projeto de identidade da marca. Esse trabalho engloba websounds, jogos e até música de espera em chamadas telefônicas.
Há diversos sites que fornecem arquivos de “samples” de instrumentos, loops de ritmos musicais separados por tema, que servem de matéria-prima para a criação da nossa própria melodia. Além disso, os aparelhos de mp3 hoje em dia têm a função de gravador que facilita muito a digitalização de sons ambientes que, com a ajuda de softwares e muita criatividade, nos permitem mergulhar na elaboração de projetos sonoros.
Voltando para o aspecto cultural da percepção dos estímulos, torna-se muito difícil ser preciso na hora de elencar qual o som mais apropriado para cada tipo de público, já que cada povo tem a sua cultura musical, com personalidade em suas nuances, mas, de uma maneira geral, estudos indicam através da análise de tempo, freqüência e amplitude a conexão de determinados sons e certos estados emocionais. É o que mostra o quadro abaixo, um estudo feito por Scherer e Oshinsky (1977):
Tempo
Lento – tristeza, tédio, desgosto;
Rápido – atividade, surpresa, felicidade, bem-estar, potência, medo, raiva.
Freqüência
Baixa – tédio, bem-estar, tristeza;
Alta – surpresa, potência, raiva, medo, atividade.
Amplitude
Pequena – desgosto, raiva, medo, tédio;
Grande – felicidade, bem-estar, atividade, surpresa.
Mas o design sonoro vai além de música ambiente. O projeto de sons de navegação, de transição, mouseover em sites ou mesmo o som do material de que é feito um produto são detalhes que enriquecem um layout. Em um site, por exemplo, eles são menos cansativos que a música de fundo, criam conexão com a ação do usuário e tornam o produto muito mais real e palpável.
Atentem ao termo “detalhe”, pois ele faz toda a diferença. Como para qualquer outra coisa, o excesso de sons pode confundir o usuário e provocar um caos, prejudicial em qualquer projeto. Atualmente, as pessoas procuram um pouco de tranqüilidade no meio da correria que nossa vida diária se tornou e, nesse caso, menos pode ser mais.
O uso de som enriquece qualquer tipo de mídia. Sem ela, filmes, novelas, reportagens, vinhetas, lojas, não transmitiriam a mesma emoção, pois a melodia tem o poder de ser rapidamente absorvida por qualquer pessoa que entre em contato com ela.
Sons e melodias carregam em si um grande poder sobre a nossa mente, e estimulam a liberação de endorfina pelo organismo, atuando sobre poderosos centros de prazer do cérebro. É sobre como funciona esse sentido que falarei agora.
“Audição é o sentido de percepção do som e é resultado de pequenas fibras capilares no ouvido que detectam o movimento de uma membrana que vibra em resposta a mudanças na pressão exercidas por partículas atmosféricas entre uma escala de 9 a 22.000 Hz, no entanto isso varia em cada indivíduo. Som pode também ser detectado como vibrações conduzidas pelo corpo por tato. Freqüências mais baixas ou mais altas podem ser ouvidas após e somente dessa maneira”. Texto retirado do site Wikipedia.
Assim como na visão a percepção completa da imagem ocorre com a imagem enviada pelos dois olhos, na audição o processo chamado fusão binaural ocorre no cérebro, colhendo as mais sutis diferenças sonoras que chegam em cada ouvido, nos permitindo ter a informação unificada de som e apontando de onde ele vem.
Outras informações importantes sobre a audição:
- Junto ao ouvido humano existe uma estrutura chamada aparelho vestibular, que não é responsável pela audição, mas pelo equilíbrio.
- Há apenas 16 mil células capilares em uma cóclea humana, comparadas com 100 milhões fotoreceptores na retina dos olhos, e elas são extremamente vulneráveis.
- As pessoas tendem a perderem 40% de suas células capilares quando próximos aos 65 anos. E uma vez destruídas, essas células não regeneram.
- Abaixo segue uma relação dos diferentes níveis de surdez:
1 - Leve: nível auditivo de 25 a 40 decibéis, o que equivale a perda de até 25% da capacidade de ouvir e entender. A pessoa consegue participar de uma conversa, mas tem dificuldades para ouvir sussurros.
2 - Moderada: de 41 a 70 decibéis. Perda pode chegar a 70%. Não se consegue escutar os barulhos provocados pela movimentação em um escritório, por exemplo.
3 - Severa: de 71 a 90 decibéis. No limite, há praticamente perda total na capacidade de comunicação. Não é possível manter uma conversa em tom normal (60 decibéis). A audição só ocorre quando se grita perto do interlocutor.
4 - Profunda: acima de 90 decibéis. A pessoa só ouve ruídos como os de uma britadeira (120 a 130 decibéis).
Se feito corretamente, o estímulo auditivo em projetos de design pode não só ocupar os consumidores, como também transmitir sensações, mas, apesar de termos consciência disso, não tiramos proveito dessa ferramenta com tanta freqüência.
É bem verdade que não é em qualquer projeto que um projeto sonoro será viável ou terá sentido. Na maioria das vezes a música é usada em projetos de ambientes, sites, venda de CDs e DVDs, etc., mas ser usado com freqüência não quer dizer necessariamente ser eficiente.
Tive recentemente uma experiência em uma loja de departamentos que marcou não só a mim, como às pessoas que estavam presentes comigo nesse lugar. Estávamos em busca de produtos pela loja e se não fosse por isso já teríamos saído de lá sem titubear. O repertório musical era oriundo de um DVD de show que estava a venda e nele a platéia gritava, o cantor gritava, o som estava alto demais e a atmosfera criada nesse lugar era extremamente estressante. O estímulo sonoro não favoreceu o bem estar dos clientes e evitamos a qualquer custo voltar naquela loja, a não ser que fosse realmente necessário e rápido.
Em oposição a esse caso, tenho como exemplo uma vez em que estive no aeroporto.
Enquanto aguardava a chegada de um vôo, vagava pela área de desembarque, que não estava lá no seu período muito movimentado, e estava com uma sensação esquisita. O ambiente parecia triste, abandonado. Muito diferente da imagem que eu tinha de aeroporto quando eu era criança, em que eu tinha prazer de freqüentar e brincava com as portas automáticas.
Pensei um pouco e cheguei à seguinte conclusão: esse aeroporto precisa de música.
Depois que muitas companhias aéreas pararam de funcionar, algumas áreas do aeroporto ficaram vazias e como fizeram nas estações de metrô, o uso de música ambiente preencheria aquele espaço de maneira muito eficiente.
E se o aeroporto é um meio de convergência de culturas e às vezes o único lugar brasileiro visitado por estrangeiros, por que não usar a música ambiente para dar um aperitivo cultural da nossa gente, agregando funcionalidade e propósito ao projeto?
Esses exemplos servem para reforçar a idéia de que o som pode ser mais poderoso (em alguns casos até decisivo) do que pensamos na hora da escolha do público. Temas musicais são responsáveis por um aumento considerável no volume de compra de um produto e essa técnica pode ser aplicada de várias maneiras. Ou vocês acham que é qualquer um que tem a idéia de colocar dispositivos sonoros em bichos de pelúcia?
A boa notícia é que designers hoje em dia estão cada vez mais conscientes da importância de explorar esses sons em prol de uma boa experiência para o usuário e estão explorando o assunto de maneira muito criativa e com um misto de empirismo e conteúdo.
Participei de uma oficina criada por alunos da faculdade de Desenho Industrial de Bauru em que eles divulgam pelos encontros de estudantes métodos de seleção de sons no ambiente, várias referências de músicas experimentais, além de trazerem uma bagagem histórica da criação musical para embasar os seus argumentos.
Essas iniciativas são muito importantes para dar conhecimento para que comecemos a explorar esse mundo sonoro em nosso benefício e do mercado também.
Empresas como Sonicsista focam no trabalho de sonorização da marca, unindo personalidade e coesão com todo o projeto de identidade da marca. Esse trabalho engloba websounds, jogos e até música de espera em chamadas telefônicas.
Há diversos sites que fornecem arquivos de “samples” de instrumentos, loops de ritmos musicais separados por tema, que servem de matéria-prima para a criação da nossa própria melodia. Além disso, os aparelhos de mp3 hoje em dia têm a função de gravador que facilita muito a digitalização de sons ambientes que, com a ajuda de softwares e muita criatividade, nos permitem mergulhar na elaboração de projetos sonoros.
Voltando para o aspecto cultural da percepção dos estímulos, torna-se muito difícil ser preciso na hora de elencar qual o som mais apropriado para cada tipo de público, já que cada povo tem a sua cultura musical, com personalidade em suas nuances, mas, de uma maneira geral, estudos indicam através da análise de tempo, freqüência e amplitude a conexão de determinados sons e certos estados emocionais. É o que mostra o quadro abaixo, um estudo feito por Scherer e Oshinsky (1977):
Tempo
Lento – tristeza, tédio, desgosto;
Rápido – atividade, surpresa, felicidade, bem-estar, potência, medo, raiva.
Freqüência
Baixa – tédio, bem-estar, tristeza;
Alta – surpresa, potência, raiva, medo, atividade.
Amplitude
Pequena – desgosto, raiva, medo, tédio;
Grande – felicidade, bem-estar, atividade, surpresa.
Mas o design sonoro vai além de música ambiente. O projeto de sons de navegação, de transição, mouseover em sites ou mesmo o som do material de que é feito um produto são detalhes que enriquecem um layout. Em um site, por exemplo, eles são menos cansativos que a música de fundo, criam conexão com a ação do usuário e tornam o produto muito mais real e palpável.
Atentem ao termo “detalhe”, pois ele faz toda a diferença. Como para qualquer outra coisa, o excesso de sons pode confundir o usuário e provocar um caos, prejudicial em qualquer projeto. Atualmente, as pessoas procuram um pouco de tranqüilidade no meio da correria que nossa vida diária se tornou e, nesse caso, menos pode ser mais.
O uso de som enriquece qualquer tipo de mídia. Sem ela, filmes, novelas, reportagens, vinhetas, lojas, não transmitiriam a mesma emoção, pois a melodia tem o poder de ser rapidamente absorvida por qualquer pessoa que entre em contato com ela.
Cap. 2 | Visão
Começarei o estudo de sentidos por esse que é o mais importante no trabalho do design gráfico. É o que causa maior impacto na grande maioria dos casos, não só em seu aspecto físico, mas também no conceito psicológico que ele engloba. Esse último é ainda mais importante porque o mesmo conteúdo físico causa um efeito psicológico diferente em cada ser vivo que o percebe.
“O sistema visual, o qual a atividade envolve um quarto das células no córtex cerebral humano, atraiu mais pesquisa que todos os outros sistemas sensoriais juntos. É também o sentido mais acessível de todos.” (Trecho retirado do site do Howard Hughes Medical Institute)
Antes de tudo, vamos entender como funciona o processo de captura da imagem até a sua chegada ao cérebro através de uma explicação bem simples:
1- O olho capta os fótons de luz graças à retina, composta de cones e bastonetes.
2- Todo objeto, ao receber a incidência luminosa, absorve determinadas freqüências de raios e reflete outras. A média dessas ondas refletidas pelas suas moléculas caracterizam a cor de cada um. Os cones são responsáveis pela absorção dessa informação. Os bastonetes são 100 vezes mais sensíveis à luz que os cones e não captam cores, apenas tons de cinza. São eles que nos permitem enxergar em lugares de baixíssima luminosidade, além de serem usados na visão periférica.
3- A retina então envia esses dados ao cérebro através do nervo óptico.
Outras informações interessantes sobre a visão:
- Alguns especialistas acreditam que a percepção de profundidade é um sentido visual, mas geralmente isso é considerado uma função cognitiva (ou seja, pós-sensorial) do cérebro para interpretar informação sensorial e transformá-la em uma nova.
- Nosso olho possui um ponto cego que não capta luminosidade. Dele saem o nervo óptico e os vasos sangüíneos que irrigam o órgão. A falha da captação de informação nessa área é corrigida pelo cérebro, que preenche esse espaço somando as imagens levadas pelos dois olhos.
- Há a chamada percepção espacial que nos permite, em apenas alguns milésimos de segundos, prever o acontecimento de certas coisas. Não estou falando de paranormalidade, mas sim de saber, por exemplo, se poderemos atravessar a rua ou não.
Ao olharmos em direção aos carros, damos ao cérebro a informação que o torna capaz de calcular mais ou menos a velocidade do veículo. Isso, somado ao conhecimento do tempo que levamos para chegar ao outro lado, permite que a gente decida se consegue atravessar e a que velocidade.
- Animais enxergam de forma bicromática (faixas verde e azul). Humanos de forma tricromática (verde, azul e vermelho).
Uma pesquisa feita em 2005 mostrou que 6,4% dos brasileiros entre 12 e 59 anos que vivem nas cidades têm, pelo menos, –1,00 de miopia. Há uma cidade em que 1 em 8 estudantes são míopes.
Deixando de lado o aspecto fisiológico da visão, vamos agora partir para a parte que liga esses dados à nossa área de interesse.
Dentre todos os aspectos do estímulo visual que utilizamos em um projeto, podemos agrupá-los nos 3 mais importantes: cores, equilíbrio e movimento. Vamos a eles!
Cores
Como foi dito anteriormente, a definição da cor é feita pela interação das moléculas que compõem o objeto e a incidência luminosa sobre elas.
Com a combinação de cores é possível perceber tudo a nossa volta, desde que haja contraste entre elas. Por menor ele seja, conseguimos, assim, identificar formas, ler palavras, perceber profundidade, tamanho e por aí vai.
Além de todas essas possibilidades, há duas que são extremamente importantes na criação gráfica: textura e volume. Isso é possível graças ao contraste de brilho.
O contraste de brilho é responsável pela ilusão do claro-escuro. Através dele, independente da sua intensidade, podemos visualmente identificar se um objeto tem uma textura de madeira, por exemplo. Naturalmente, junto com essa informação, vem todo o conceito que já temos formado sobre a madeira, considerando seu peso, sensação ao toque e temperatura, etc.
O contraste é a característica mais importante quando pensamos em cores em projetos gráficos. Quando esse conceito é mal aplicado, abrimos margem para a falta de legibilidade de textos, confusão na prioridade de informações e, se aplicado em excesso, falha completa na comunicação.
Levando isso em conta, abaixo há uma tabela, elaborada por Karl Borgraffe, que especifica combinações das 5 cores das mais e as 5 menos legíveis de letra e fundo:
(Os valores referem-se ao tempo, em segundos, necessário para a leitura em cada caso).
Preto sobre amarelo
Classificação: 1
Luz Natural: 1,31
Luz Artificial: 1,33
Amarelo sobre preto
Classificação: 2
Luz Natural: 1,34
Luz Artificial: 1,40
Verde sobre branco
Classificação: 3
Luz Natural: 1,35
Luz Artificial: 1,30
Vermelho sobre branco
Classificação: 4
Luz Natural: 1,36
Luz Artificial: 1,26
Preto sobre branco
Classificação: 5
Luz Natural: 1,36
Luz Artificial: 1,32
Laranja sobre azul
Classificação: 26
Luz Natural: 1,52
Luz Artificial: 1,60
Amarelo sobre laranja
Classificação: 27
Luz Natural: 1,52
Luz Artificial: 1,62
Vermelho sobre laranja
Classificação: 28
Luz Natural: 1,54
Luz Artificial: 1,64
Vermelho sobre verde
Classificação: 29
Luz Natural: 1,57
Luz Artificial: 1,50
Verde sobre laranja
Classificação: 30
Luz Natural: 1,58
Luz Artificial: 1,47
No livro “Color Harmony”, o autor Hideako Chijiiwa apresenta as etapas para a escolha de cores de um projeto e frisa que a seleção não deve ser feita levando gosto pessoal como prioridade, mas sim a proposta do trabalho.
Abaixo estão as 12 regras apresentadas no livro:
1 – Conheça suas cores – Antes de começar a pensar em qual cor usar, você deve estar familiarizado com as 3 características da cor (tonalidade, brilho e saturação), os usos e emoções associados a cada cor e as 6 categorias de cores (quentes, frias, claras, escuras, vivas ou pastéis)
2 – Conheça seu propósito – Muitas vezes as cores que mais gostamos não ficam bem juntas, ou simplesmente não atendem ao efeito desejado. Um esquema de cores deve sempre refletir o propósito do seu projeto assim como o público alvo.
3 - Escolha primeiro o fundo - Apesar de a sua fonte provavelmente ser uma cor primária intensa, o efeito geral do seu projeto vai depender muito mais da sutileza da cor do fundo.
Quando escolher uma cor de fundo, as cores claras funcionam melhor que as escuras, as quentes melhor que as frias e as vivas melhor que as pastéis.
4 - Escolha o brilho antes da tonalidade - Todas as cores com o mesmo brilho (como, por exemplo, todas as cores claras ou todas as escuras) são bastante parecidas, não importa a tonalidade, enquanto as de mesma tonalidade, mas brilho diferente, podem ser surpreendentemente diferentes.
5 - Varie o brilho - Para dar profundidade e ritmo.
6 - Use tonalidades compatíveis - Combinações de cores que variam tanto o brilho quanto a tonalidade quase sempre fazem contraste demais: há uma linha tênue entre contraste e caos.
7 - Limite o número de cores - Duas ou três cores é normalmente o suficiente, mas independente do número de cores que você use, certifique-se que há uma cor dominante somente: uma cor que define o tom para todo o esquema. As outras cores devem estar subordinadas a ela em tonalidade, brilho ou saturação.
8 - Use cores vivas esparsamente - Não use com muita freqüência pois pode tornar-se cansativo. Fundo com cores vivas geralmente pedem um tom neutro ou acromático.
9 - Use cores acromáticas para harmonizar - Na dúvida, use as cores que combinam com tudo. Cuidado com todos os outros trabalhos que as usam, que eles podem tirar o destaque do seu produto.
10 - Use cores familiares - Esquemas de cores que usam cores incomuns como magenta, cyan ou roxo podem, em alguns casos, parecer incômodas e feias, mesmo quando seguem as regras de harmonia de cores. A não ser que a sua intenção seja impactar seu público, você perderá alguns pontos por não usar cores não encontradas na natureza ou tonalidades não comuns de certas cores (amarelo escuro, ou laranja, azul ou verde muito pálido).
11 - Use cores naturais - Varie mais brilho que tonalidade já que nossos olhos são mais sensíveis à variação de claro-escuro.
12 - Seja original - Ignore tudo o que foi dito aqui. Nem sempre seguir as regras te leva a um esquema de cores bonito.
Mas lembre-se de que nosso senso de cor rapidamente se adapta a qualquer nova tendência em design gráfico e o que é novo e diferente há um ano, poderá parecer cansativo e repetitivo hoje.
Essa última regra, apesar de aparentemente anular tudo o que foi dito acima, diz que na grande maioria das vezes, não conseguiremos por em prática nossas idéias inovadoras e diferentes, porque serão poucos clientes que vão querer apostar em uma postura ousada. Nesse caso, as regras acima serão bem vindas e facilitarão bastante a criação de maneira simples e eficiente no sentido de fazer a mensagem chegar ao público-alvo. Contudo, ser tradicional, não quer dizer não ter personalidade, pois é ela que diferencia as concorrentes e, retirando o diferenciador preço, é a que desempata na hora da decisão.
Equilíbrio
Claro que uma boa seleção de cores de um projeto é importante, mas ela não funciona por si só. Se não há harmonia e organização da informação, a mensagem não é bem compreendida.
Equilibrar elementos, levando em conta cores, peso, importância e alinhamento é como aprender a dirigir um carro. No início pode parecer muito complicado e trabalhoso, mas depois de um pouco de prática, torna-se natural. Depois de estar familiarizado com o esse conhecimento, você consegue usá-lo para dar tons diferentes nos seus projetos.
Von Ehrenfels, filósofo vienense, foi precursor de uma psicologia sobre a percepção de estruturação das formas, a Gestalt, já citada anteriormente. O termo significa boa forma, uma integração de partes em oposição à soma do todo e o movimento sugere uma resposta ao porquê de algumas formas agradarem mais que outras.
“Segundo essa teoria, o que acontece no cérebro não é idêntico ao que acontece na retina. A excitação cerebral não se dá em pontos isolados, mas por extensão. Não existe, na percepção da forma, um processo posterior de associação das várias sensações. A primeira sensação já é de forma, já é global e unificada.” – trecho retirado do livro “Gestalt do objeto”, de João Gomes Filho.
O cérebro, ao receber a informação, tende a padronizar as formas através de um dinamismo auto-regulador do sistema nervoso central, no intuito de procurar por estabilidade. Ele elege uma característica comum mais marcante entre os elementos (como cor, tamanho, forma) e os agrupa sob esse critério.
Por isso a escolha dos objetos que estarão adjacentes um ao outro deve ser feita de maneira cautelosa.
Considerar a força da gravidade é concentrar a maioria da informação na parte de baixo e deixar um espaço livre na parte de cima.
Já o alinhamento acompanha um ponto de referência, geralmente a forma do suporte da informação, um ângulo marcante ou o centro dos elementos.
Movimento
Independente do modo como é apresentado, ele sempre acrescenta dinamismo e velocidade nas estruturas gráficas. Em design gráfico, a noção de movimento pode ser dada de forma concreta ou induzida.
Há meios em que deslocar um movimento de um lugar a outro é realmente possível de ser feito. Já em outros, apenas o congelamento do momento do transporte ou o uso de diagonais e elementos que simulem esse instante, transmitem essa sensação.
A percepção do movimento varia de uma cultura para outra devido ao sentido de leitura de cada povo. Da esquerda para a direita, de cima para baixo, tudo isso interfere na interpretação da mesma imagem por pessoas diferentes.
Para nós brasileiros, é considerada confortável uma leitura ascendente - da esquerda para a direita horizontalmente e de baixo para cima no sentido vertical (com exceção dos balões dos quadrinhos, que a preferência é de cima para baixo).
O movimento é uma ferramenta muito eficiente para literalmente tirar sua mensagem do plano estático, se aplicado de maneira coerente. O que deve ser levado sempre em conta é o ambiente em que ele será aplicado, de maneira que ele deve quebrar a constância dos elementos a sua volta para sobressair aos olhos do público. Na grande maioria das vezes, anúncios que se intercalam em um expositor no ponto de ônibus, um banner animado em um site, luzes que piscam ou mesmo uma embalagem sinuosa, se destacam e são boas alternativas para quebrar os tradicionais planos estáticos.
Mas esse conceito não se restringe somente a chamar a atenção. A animação é uma boa ferramenta para contar histórias e criar ligação emocional com o cliente. Seja através de personagens, linhas suaves, “splashes” agressivos ou a disposição de uma logo em vários quadros.
Como pudemos ver, apesar de a visão ser o sentido mais explorado pelos designers e o melhor percebido pelas pessoas, não basta apenas levar em conta o gosto pessoal ou copiar o que os seus concorrentes estão fazendo. A mensagem visual vai muito mais além do que os olhos vêem, já que cada um faz uma associação diferente da mesma imagem. Isso acontece não só com o sentido visual, mas com todos os outros, como veremos a seguir.
“O sistema visual, o qual a atividade envolve um quarto das células no córtex cerebral humano, atraiu mais pesquisa que todos os outros sistemas sensoriais juntos. É também o sentido mais acessível de todos.” (Trecho retirado do site do Howard Hughes Medical Institute)
Antes de tudo, vamos entender como funciona o processo de captura da imagem até a sua chegada ao cérebro através de uma explicação bem simples:
1- O olho capta os fótons de luz graças à retina, composta de cones e bastonetes.
2- Todo objeto, ao receber a incidência luminosa, absorve determinadas freqüências de raios e reflete outras. A média dessas ondas refletidas pelas suas moléculas caracterizam a cor de cada um. Os cones são responsáveis pela absorção dessa informação. Os bastonetes são 100 vezes mais sensíveis à luz que os cones e não captam cores, apenas tons de cinza. São eles que nos permitem enxergar em lugares de baixíssima luminosidade, além de serem usados na visão periférica.
3- A retina então envia esses dados ao cérebro através do nervo óptico.
Outras informações interessantes sobre a visão:
- Alguns especialistas acreditam que a percepção de profundidade é um sentido visual, mas geralmente isso é considerado uma função cognitiva (ou seja, pós-sensorial) do cérebro para interpretar informação sensorial e transformá-la em uma nova.
- Nosso olho possui um ponto cego que não capta luminosidade. Dele saem o nervo óptico e os vasos sangüíneos que irrigam o órgão. A falha da captação de informação nessa área é corrigida pelo cérebro, que preenche esse espaço somando as imagens levadas pelos dois olhos.
- Há a chamada percepção espacial que nos permite, em apenas alguns milésimos de segundos, prever o acontecimento de certas coisas. Não estou falando de paranormalidade, mas sim de saber, por exemplo, se poderemos atravessar a rua ou não.
Ao olharmos em direção aos carros, damos ao cérebro a informação que o torna capaz de calcular mais ou menos a velocidade do veículo. Isso, somado ao conhecimento do tempo que levamos para chegar ao outro lado, permite que a gente decida se consegue atravessar e a que velocidade.
- Animais enxergam de forma bicromática (faixas verde e azul). Humanos de forma tricromática (verde, azul e vermelho).
Uma pesquisa feita em 2005 mostrou que 6,4% dos brasileiros entre 12 e 59 anos que vivem nas cidades têm, pelo menos, –1,00 de miopia. Há uma cidade em que 1 em 8 estudantes são míopes.
Deixando de lado o aspecto fisiológico da visão, vamos agora partir para a parte que liga esses dados à nossa área de interesse.
Dentre todos os aspectos do estímulo visual que utilizamos em um projeto, podemos agrupá-los nos 3 mais importantes: cores, equilíbrio e movimento. Vamos a eles!
Cores
Como foi dito anteriormente, a definição da cor é feita pela interação das moléculas que compõem o objeto e a incidência luminosa sobre elas.
Com a combinação de cores é possível perceber tudo a nossa volta, desde que haja contraste entre elas. Por menor ele seja, conseguimos, assim, identificar formas, ler palavras, perceber profundidade, tamanho e por aí vai.
Além de todas essas possibilidades, há duas que são extremamente importantes na criação gráfica: textura e volume. Isso é possível graças ao contraste de brilho.
O contraste de brilho é responsável pela ilusão do claro-escuro. Através dele, independente da sua intensidade, podemos visualmente identificar se um objeto tem uma textura de madeira, por exemplo. Naturalmente, junto com essa informação, vem todo o conceito que já temos formado sobre a madeira, considerando seu peso, sensação ao toque e temperatura, etc.
O contraste é a característica mais importante quando pensamos em cores em projetos gráficos. Quando esse conceito é mal aplicado, abrimos margem para a falta de legibilidade de textos, confusão na prioridade de informações e, se aplicado em excesso, falha completa na comunicação.
Levando isso em conta, abaixo há uma tabela, elaborada por Karl Borgraffe, que especifica combinações das 5 cores das mais e as 5 menos legíveis de letra e fundo:
(Os valores referem-se ao tempo, em segundos, necessário para a leitura em cada caso).
Preto sobre amarelo
Classificação: 1
Luz Natural: 1,31
Luz Artificial: 1,33
Amarelo sobre preto
Classificação: 2
Luz Natural: 1,34
Luz Artificial: 1,40
Verde sobre branco
Classificação: 3
Luz Natural: 1,35
Luz Artificial: 1,30
Vermelho sobre branco
Classificação: 4
Luz Natural: 1,36
Luz Artificial: 1,26
Preto sobre branco
Classificação: 5
Luz Natural: 1,36
Luz Artificial: 1,32
Laranja sobre azul
Classificação: 26
Luz Natural: 1,52
Luz Artificial: 1,60
Amarelo sobre laranja
Classificação: 27
Luz Natural: 1,52
Luz Artificial: 1,62
Vermelho sobre laranja
Classificação: 28
Luz Natural: 1,54
Luz Artificial: 1,64
Vermelho sobre verde
Classificação: 29
Luz Natural: 1,57
Luz Artificial: 1,50
Verde sobre laranja
Classificação: 30
Luz Natural: 1,58
Luz Artificial: 1,47
No livro “Color Harmony”, o autor Hideako Chijiiwa apresenta as etapas para a escolha de cores de um projeto e frisa que a seleção não deve ser feita levando gosto pessoal como prioridade, mas sim a proposta do trabalho.
Abaixo estão as 12 regras apresentadas no livro:
1 – Conheça suas cores – Antes de começar a pensar em qual cor usar, você deve estar familiarizado com as 3 características da cor (tonalidade, brilho e saturação), os usos e emoções associados a cada cor e as 6 categorias de cores (quentes, frias, claras, escuras, vivas ou pastéis)
2 – Conheça seu propósito – Muitas vezes as cores que mais gostamos não ficam bem juntas, ou simplesmente não atendem ao efeito desejado. Um esquema de cores deve sempre refletir o propósito do seu projeto assim como o público alvo.
3 - Escolha primeiro o fundo - Apesar de a sua fonte provavelmente ser uma cor primária intensa, o efeito geral do seu projeto vai depender muito mais da sutileza da cor do fundo.
Quando escolher uma cor de fundo, as cores claras funcionam melhor que as escuras, as quentes melhor que as frias e as vivas melhor que as pastéis.
4 - Escolha o brilho antes da tonalidade - Todas as cores com o mesmo brilho (como, por exemplo, todas as cores claras ou todas as escuras) são bastante parecidas, não importa a tonalidade, enquanto as de mesma tonalidade, mas brilho diferente, podem ser surpreendentemente diferentes.
5 - Varie o brilho - Para dar profundidade e ritmo.
6 - Use tonalidades compatíveis - Combinações de cores que variam tanto o brilho quanto a tonalidade quase sempre fazem contraste demais: há uma linha tênue entre contraste e caos.
7 - Limite o número de cores - Duas ou três cores é normalmente o suficiente, mas independente do número de cores que você use, certifique-se que há uma cor dominante somente: uma cor que define o tom para todo o esquema. As outras cores devem estar subordinadas a ela em tonalidade, brilho ou saturação.
8 - Use cores vivas esparsamente - Não use com muita freqüência pois pode tornar-se cansativo. Fundo com cores vivas geralmente pedem um tom neutro ou acromático.
9 - Use cores acromáticas para harmonizar - Na dúvida, use as cores que combinam com tudo. Cuidado com todos os outros trabalhos que as usam, que eles podem tirar o destaque do seu produto.
10 - Use cores familiares - Esquemas de cores que usam cores incomuns como magenta, cyan ou roxo podem, em alguns casos, parecer incômodas e feias, mesmo quando seguem as regras de harmonia de cores. A não ser que a sua intenção seja impactar seu público, você perderá alguns pontos por não usar cores não encontradas na natureza ou tonalidades não comuns de certas cores (amarelo escuro, ou laranja, azul ou verde muito pálido).
11 - Use cores naturais - Varie mais brilho que tonalidade já que nossos olhos são mais sensíveis à variação de claro-escuro.
12 - Seja original - Ignore tudo o que foi dito aqui. Nem sempre seguir as regras te leva a um esquema de cores bonito.
Mas lembre-se de que nosso senso de cor rapidamente se adapta a qualquer nova tendência em design gráfico e o que é novo e diferente há um ano, poderá parecer cansativo e repetitivo hoje.
Essa última regra, apesar de aparentemente anular tudo o que foi dito acima, diz que na grande maioria das vezes, não conseguiremos por em prática nossas idéias inovadoras e diferentes, porque serão poucos clientes que vão querer apostar em uma postura ousada. Nesse caso, as regras acima serão bem vindas e facilitarão bastante a criação de maneira simples e eficiente no sentido de fazer a mensagem chegar ao público-alvo. Contudo, ser tradicional, não quer dizer não ter personalidade, pois é ela que diferencia as concorrentes e, retirando o diferenciador preço, é a que desempata na hora da decisão.
Equilíbrio
Claro que uma boa seleção de cores de um projeto é importante, mas ela não funciona por si só. Se não há harmonia e organização da informação, a mensagem não é bem compreendida.
Equilibrar elementos, levando em conta cores, peso, importância e alinhamento é como aprender a dirigir um carro. No início pode parecer muito complicado e trabalhoso, mas depois de um pouco de prática, torna-se natural. Depois de estar familiarizado com o esse conhecimento, você consegue usá-lo para dar tons diferentes nos seus projetos.
Von Ehrenfels, filósofo vienense, foi precursor de uma psicologia sobre a percepção de estruturação das formas, a Gestalt, já citada anteriormente. O termo significa boa forma, uma integração de partes em oposição à soma do todo e o movimento sugere uma resposta ao porquê de algumas formas agradarem mais que outras.
“Segundo essa teoria, o que acontece no cérebro não é idêntico ao que acontece na retina. A excitação cerebral não se dá em pontos isolados, mas por extensão. Não existe, na percepção da forma, um processo posterior de associação das várias sensações. A primeira sensação já é de forma, já é global e unificada.” – trecho retirado do livro “Gestalt do objeto”, de João Gomes Filho.
O cérebro, ao receber a informação, tende a padronizar as formas através de um dinamismo auto-regulador do sistema nervoso central, no intuito de procurar por estabilidade. Ele elege uma característica comum mais marcante entre os elementos (como cor, tamanho, forma) e os agrupa sob esse critério.
Por isso a escolha dos objetos que estarão adjacentes um ao outro deve ser feita de maneira cautelosa.
Considerar a força da gravidade é concentrar a maioria da informação na parte de baixo e deixar um espaço livre na parte de cima.
Já o alinhamento acompanha um ponto de referência, geralmente a forma do suporte da informação, um ângulo marcante ou o centro dos elementos.
Movimento
Independente do modo como é apresentado, ele sempre acrescenta dinamismo e velocidade nas estruturas gráficas. Em design gráfico, a noção de movimento pode ser dada de forma concreta ou induzida.
Há meios em que deslocar um movimento de um lugar a outro é realmente possível de ser feito. Já em outros, apenas o congelamento do momento do transporte ou o uso de diagonais e elementos que simulem esse instante, transmitem essa sensação.
A percepção do movimento varia de uma cultura para outra devido ao sentido de leitura de cada povo. Da esquerda para a direita, de cima para baixo, tudo isso interfere na interpretação da mesma imagem por pessoas diferentes.
Para nós brasileiros, é considerada confortável uma leitura ascendente - da esquerda para a direita horizontalmente e de baixo para cima no sentido vertical (com exceção dos balões dos quadrinhos, que a preferência é de cima para baixo).
O movimento é uma ferramenta muito eficiente para literalmente tirar sua mensagem do plano estático, se aplicado de maneira coerente. O que deve ser levado sempre em conta é o ambiente em que ele será aplicado, de maneira que ele deve quebrar a constância dos elementos a sua volta para sobressair aos olhos do público. Na grande maioria das vezes, anúncios que se intercalam em um expositor no ponto de ônibus, um banner animado em um site, luzes que piscam ou mesmo uma embalagem sinuosa, se destacam e são boas alternativas para quebrar os tradicionais planos estáticos.
Mas esse conceito não se restringe somente a chamar a atenção. A animação é uma boa ferramenta para contar histórias e criar ligação emocional com o cliente. Seja através de personagens, linhas suaves, “splashes” agressivos ou a disposição de uma logo em vários quadros.
Como pudemos ver, apesar de a visão ser o sentido mais explorado pelos designers e o melhor percebido pelas pessoas, não basta apenas levar em conta o gosto pessoal ou copiar o que os seus concorrentes estão fazendo. A mensagem visual vai muito mais além do que os olhos vêem, já que cada um faz uma associação diferente da mesma imagem. Isso acontece não só com o sentido visual, mas com todos os outros, como veremos a seguir.
Cap. 1 | Percepção Sensorial
Como foi explicado anteriormente, o cérebro de cada um interpreta os estímulos diferentemente e leva em conta três aspectos principais: a sua memória de experiências passadas, estado atual de atenção e sua estrutura genética.
Experiências anteriores podem trazer a tona sensações de prazer ou traumas aterrorizantes. É instintivo em todos os animais, e parte importante da evolução das espécies, identificar ameaças e boas experiências para a sua sobrevivência.
Sendo assim, criamos a todo o tempo relações emocionais com diversos estímulos e eles vêm carregados de informações ao atingirem o cérebro.
As empresas sabem muito bem disso e investem muito para atraírem os consumidores que se identificam com a sua atitude e a visibilidade que a marca proporciona a eles na sociedade.
"Branding emocional é montar relacionamentos; é dar a uma marca e um produto valor a longo-prazo. São experiências sensoriais, projetos que fazem você sentir o produto. Projetos que fazem você provar o produto. Projetos que fazem você comprar o produto”. – diz Sergio Zyman, no livro “Branding Design” de Marc Gobé.
Especialistas no relacionamento marca/consumidor são enfáticos na teoria de que a marca deve criar uma atmosfera emocional com o seu público-alvo. O marketing deve contar uma história com que ele se identifica, ter uma personalidade. Mais que querer somente vender produtos, essa empresa tem que ouvir seu consumidor e interagir com ele.
A visibilidade da marca está diretamente relacionada a essas experiências e interpretações de estímulos, já que a logomarca, o produto em si, a propaganda e a sua embalagem, vão enviar a mensagem e a associação que o cérebro vai fazer no momento em que essa informação for recebida, vai estar intricamente relacionada a experiências anteriores.
Trabalhar essa visibilidade é fundamental atualmente. Somente oferecer o serviço (agora não só falando de produtos, mas também dos nossos próprios serviços como profissionais) não é o suficiente e nós temos que lutar contra inúmeros outros competidores que estão alinhados com as nossas propostas ou produtos, equiparados qualitativamente com as nossas habilidades e, sem dúvidas, tão interessados nos benefícios desse trabalho quanto nós.
O que nos sobra é trabalhar bem a conquista emocional e conhecer bem as ferramentas que os sentidos nos oferecem é uma maneira muito eficiente de fazer a diferença e nos destacarmos no plano de fundo estático.
E aí aproveito essa última frase para começar a falar sobre o estado atual de atenção.
Para que possamos chamar a atenção dos nossos consumidores, devemos sair do lugar comum e oferecermos uma experiência agradável, que o convença a se interessar e nos escolher dentre todas as opções que lhes foram dadas. Competir com todas as pessoas que têm o mesmo intuito que nós.
Dessa forma levamos em conta antes de tudo nosso objetivo. Devemos ter em mente o que queremos, aonde desejamos chegar, que tipo de mensagem queremos transmitir e até onde estamos dispostos a ir para fazermos essa conquista. Não podemos esquecer que escolhas são fundamentais em qualquer departamento da nossa vida e todas elas têm conseqüências, sejam elas positivas ou não.
Estando isso claro, seguimos para o próximo passo que é conhecer quem queremos conquistar. Nosso público-alvo é para quem estamos fazendo isso, quem tirará proveito do nosso trabalho e é para isso que os clientes nos procuram.
Em seguida, devemos pesquisar os nossos concorrentes para absorvermos suas experiências boas ou ruins e aí chegar no nosso objetivo que é chamar a atenção.
Para conseguirmos saltar no plano de fundo, não podemos ser mais um na prateleira. Temos que estimular sensorialmente nosso alvo e nos fazermos notar, para que ele possa decidir qual das opções que foram apresentadas se encaixa melhor nas suas necessidades.
Vai ser esse estímulo que quebrará o estado de atenção (ou a falta dele) de uma pessoa que está ao celular, com o olhar vagando pelo mural de cartazes no metrô, ou de quem está no mercado olhando para as gôndolas e ouve o “jingle” de uma marca de leite, ou ainda de uma pessoa que está passando os olhos nos livros em uma livraria e é surpreendida pelo aroma de café em plena tarde.
A percepção da informação pelo corpo é feita de uma forma holística. Não percebemos cada estímulo separadamente, mas sim o seu conjunto. E quando aparentemente um sentido está adormecido, ele nos prova que na realidade eles estão sempre em alerta quando, por exemplo, a mensagem subliminar é absorvida pela nossa mente sem que nos demos conta, ou quando uma música toca sem que notemos e ao final do dia estamos cantarolando sem saber como ela surgiu em nossa mente.
Dessa forma, ainda que alguns sentidos sejam mais estimulados que outros, todos perceberão as informações e esse conjunto representará a experiência para o receptor da sua mensagem.
A teoria da Gestalt explica essa percepção sob o ponto de vista da psicologia da forma. Focada no aspecto visual, ela trabalha com dois conceitos: que o princípio operacional do cérebro é holístico, paralelo e análogo, com tendências auto-organizadoras; ou que o todo é maior que a soma das suas partes.
O cérebro está todo o tempo trabalhando na interpretação de informações, ações, intenções e traçando paralelos com situações familiares e dando significado lógico para as coisas que nos cercam.
O organismo varia de uma pessoa para outra, no entanto, todas as contidas no grupo que você selecionou como prioritárias para receberem a sua mensagem devem entendê-la da maneira desejada.
Nesse caso, levam-se em conta as características genéticas da maioria do grupo. Quais as possíveis limitações físicas eles enfrentam, como eles interagem com produto a fim de diminuir a dependência do auxílio de terceiros, entre outras.
Como exemplo podemos citar mensagens objetivas em outdoors para motoristas, sinalização nos supermercados clara para os clientes e alterações de cor ou alertas sonoros no clique de botões no site para guiar os usuários na navegação.
Assegurar-se de que todos sem exceção compreenderão a mensagem é extremamente difícil de controlar. Assim como se restringir somente ao público preferencial, já que qualquer um pode ter contato com a mensagem.
Entretanto, quanto mais conhecermos como funciona a comunicação fisiológica dos sentidos e todos esses elementos citados acima, mais eficiente e precisa se torna essa troca de informações com o público-alvo.
Experiências anteriores podem trazer a tona sensações de prazer ou traumas aterrorizantes. É instintivo em todos os animais, e parte importante da evolução das espécies, identificar ameaças e boas experiências para a sua sobrevivência.
Sendo assim, criamos a todo o tempo relações emocionais com diversos estímulos e eles vêm carregados de informações ao atingirem o cérebro.
As empresas sabem muito bem disso e investem muito para atraírem os consumidores que se identificam com a sua atitude e a visibilidade que a marca proporciona a eles na sociedade.
"Branding emocional é montar relacionamentos; é dar a uma marca e um produto valor a longo-prazo. São experiências sensoriais, projetos que fazem você sentir o produto. Projetos que fazem você provar o produto. Projetos que fazem você comprar o produto”. – diz Sergio Zyman, no livro “Branding Design” de Marc Gobé.
Especialistas no relacionamento marca/consumidor são enfáticos na teoria de que a marca deve criar uma atmosfera emocional com o seu público-alvo. O marketing deve contar uma história com que ele se identifica, ter uma personalidade. Mais que querer somente vender produtos, essa empresa tem que ouvir seu consumidor e interagir com ele.
A visibilidade da marca está diretamente relacionada a essas experiências e interpretações de estímulos, já que a logomarca, o produto em si, a propaganda e a sua embalagem, vão enviar a mensagem e a associação que o cérebro vai fazer no momento em que essa informação for recebida, vai estar intricamente relacionada a experiências anteriores.
Trabalhar essa visibilidade é fundamental atualmente. Somente oferecer o serviço (agora não só falando de produtos, mas também dos nossos próprios serviços como profissionais) não é o suficiente e nós temos que lutar contra inúmeros outros competidores que estão alinhados com as nossas propostas ou produtos, equiparados qualitativamente com as nossas habilidades e, sem dúvidas, tão interessados nos benefícios desse trabalho quanto nós.
O que nos sobra é trabalhar bem a conquista emocional e conhecer bem as ferramentas que os sentidos nos oferecem é uma maneira muito eficiente de fazer a diferença e nos destacarmos no plano de fundo estático.
E aí aproveito essa última frase para começar a falar sobre o estado atual de atenção.
Para que possamos chamar a atenção dos nossos consumidores, devemos sair do lugar comum e oferecermos uma experiência agradável, que o convença a se interessar e nos escolher dentre todas as opções que lhes foram dadas. Competir com todas as pessoas que têm o mesmo intuito que nós.
Dessa forma levamos em conta antes de tudo nosso objetivo. Devemos ter em mente o que queremos, aonde desejamos chegar, que tipo de mensagem queremos transmitir e até onde estamos dispostos a ir para fazermos essa conquista. Não podemos esquecer que escolhas são fundamentais em qualquer departamento da nossa vida e todas elas têm conseqüências, sejam elas positivas ou não.
Estando isso claro, seguimos para o próximo passo que é conhecer quem queremos conquistar. Nosso público-alvo é para quem estamos fazendo isso, quem tirará proveito do nosso trabalho e é para isso que os clientes nos procuram.
Em seguida, devemos pesquisar os nossos concorrentes para absorvermos suas experiências boas ou ruins e aí chegar no nosso objetivo que é chamar a atenção.
Para conseguirmos saltar no plano de fundo, não podemos ser mais um na prateleira. Temos que estimular sensorialmente nosso alvo e nos fazermos notar, para que ele possa decidir qual das opções que foram apresentadas se encaixa melhor nas suas necessidades.
Vai ser esse estímulo que quebrará o estado de atenção (ou a falta dele) de uma pessoa que está ao celular, com o olhar vagando pelo mural de cartazes no metrô, ou de quem está no mercado olhando para as gôndolas e ouve o “jingle” de uma marca de leite, ou ainda de uma pessoa que está passando os olhos nos livros em uma livraria e é surpreendida pelo aroma de café em plena tarde.
A percepção da informação pelo corpo é feita de uma forma holística. Não percebemos cada estímulo separadamente, mas sim o seu conjunto. E quando aparentemente um sentido está adormecido, ele nos prova que na realidade eles estão sempre em alerta quando, por exemplo, a mensagem subliminar é absorvida pela nossa mente sem que nos demos conta, ou quando uma música toca sem que notemos e ao final do dia estamos cantarolando sem saber como ela surgiu em nossa mente.
Dessa forma, ainda que alguns sentidos sejam mais estimulados que outros, todos perceberão as informações e esse conjunto representará a experiência para o receptor da sua mensagem.
A teoria da Gestalt explica essa percepção sob o ponto de vista da psicologia da forma. Focada no aspecto visual, ela trabalha com dois conceitos: que o princípio operacional do cérebro é holístico, paralelo e análogo, com tendências auto-organizadoras; ou que o todo é maior que a soma das suas partes.
O cérebro está todo o tempo trabalhando na interpretação de informações, ações, intenções e traçando paralelos com situações familiares e dando significado lógico para as coisas que nos cercam.
O organismo varia de uma pessoa para outra, no entanto, todas as contidas no grupo que você selecionou como prioritárias para receberem a sua mensagem devem entendê-la da maneira desejada.
Nesse caso, levam-se em conta as características genéticas da maioria do grupo. Quais as possíveis limitações físicas eles enfrentam, como eles interagem com produto a fim de diminuir a dependência do auxílio de terceiros, entre outras.
Como exemplo podemos citar mensagens objetivas em outdoors para motoristas, sinalização nos supermercados clara para os clientes e alterações de cor ou alertas sonoros no clique de botões no site para guiar os usuários na navegação.
Assegurar-se de que todos sem exceção compreenderão a mensagem é extremamente difícil de controlar. Assim como se restringir somente ao público preferencial, já que qualquer um pode ter contato com a mensagem.
Entretanto, quanto mais conhecermos como funciona a comunicação fisiológica dos sentidos e todos esses elementos citados acima, mais eficiente e precisa se torna essa troca de informações com o público-alvo.
Introdução
O propósito de um designer é agregar estética e função a um produto, tornando-o eficiente e atraente para o usuário.
A tarefa difícil é agregar todas as informações necessárias e esperadas pelos clientes e usuários, no menor tempo em que você conseguir concluí-lo (ou não), deve chamar atenção, ter diferencial, atingir o público-alvo esperado, expressar a atitude da marca, ser ecologicamente correto, entre várias outras características que consideramos sem nem mais pensar nelas. E é nessa automação que ignoramos algumas alternativas diferentes e bem simples que poderiam nos poupar tempo e estresse.
O fato é que a grande tendência ao fazermos trabalhos parecidos, é automatizarmos o processo ao longo do tempo. Isso nos torna mais eficazes, mas ao mesmo tempo mais preguiçosos na busca de novas soluções.
Há várias maneiras de diferenciar o seu produto e torná-lo o melhor da categoria, no entanto, o objetivo desse projeto é otimizar tanto o valor do seu projeto quanto a experiência do usuário, apresentando alguns conceitos com ênfase no estímulo sensorial e na carga emocional gerada por ele.
Antes de pensarmos em tornar nosso produto conhecido mundialmente e vendermos milhões de peças, devemos considerar que ele tem que, acima de tudo, atender a que veio.
Por que sentidos? Às vezes parece meio óbvio que devamos estimular sensorialmente nosso público-alvo e intuitivamente fazemos isso toda hora. Entretanto, aplicar esses conceitos racionalmente pode fazer toda a diferença, porque assim selecionamos qual sentido se aplica melhor ao trabalho que estamos desenvolvendo.
Na grande parte das vezes, chegamos a uma solução visual e ela pode dar certo. No entanto, poderíamos perder bastante tempo tentando fugir de modismos, lugares comuns e da supersaturação de informação do mercado, quando a resposta pode estar mais próxima que pensamos. Quando somos bombardeados por estímulos visuais, a habilidade de assimilar a informação é restrita a sete mensagens diferentes.
A tabela abaixo mostra a distribuição discrepante da absorção de informações pelos consumidores.
Visão - 83%
Audição - 11%
Olfato - 3,5%
Tato - 1,5%
Paladar - 1%
Atualmente não precisamos ir tão longe para concluir que a eficiência do acesso à informação, seja de um produto, um anúncio ou qualquer outro tipo de mensagem que queiramos transmitir, precisa ser aperfeiçoada. Há um enorme número de interferências que podem comprometer a recepção dessa comunicação, tais como limitações físicas, excesso de informação, aparelhos musicais, celulares e outras mais que nos deparamos diariamente.
Um bom exemplo de interferência que ocorre muito freqüentemente é a dificuldade de visualização do número de um ônibus que se aproxima do ponto. Muitas pessoas têm dificuldade em identificar o número de uma distância longa e um artifício que serve como “bengala” nesses casos é a cor ou desenho utilizado na carroceria do veículo.
Um design bem aplicado nesse caso pouparia esforço, irritação e tempo dos passageiros que não identificam seu ônibus a tempo.
Para que a informação seja bastante clara e coerente com a situação em que será aplicada, deve-se levar em conta também o fato de que o que chama a nossa atenção, em muitos casos, é a mudança. Nossos sentidos são extremamente sensíveis à mudança e objetos estacionados acabam tornam-se parte do plano de fundo e geralmente ficam invisíveis, da mesma forma que sons usuais tornam-se praticamente inaudíveis.
As características físicas do estímulo ao nosso redor são bem diferentes do que é percebido pelos seres que habitam esse espaço e entre as próprias pessoas entre si. Nosso sistema nervoso, por exemplo, reage somente a um determinado alcance de ondas luminosas, de forma que não percebemos os raios infra-vermelhos (percebidos por determinadas cobras) ou os ultra-violeta (que abelhas percebem). Além disso, nosso sistema nervoso é limitado pelos nossos genes, experiências anteriores e nosso estado atual de atenção.
Como explica Maya Pines, escritora especializada em aspectos sociais da medicina, a interpretação do estímulo é feita por uma ação em conjunto dos neurônios receptores de cada órgão relacionado a determinado sentido e o cérebro. Esses neurônios lidam com tipos de energia distintos - eletromagnética, mecânica ou química. Eles parecem diferentes entre si e exibem diferentes receptores de proteínas. Mas o resultado é o mesmo: converter um estímulo em um impulso eletroquímico nervoso, que é a linguagem comum do cérebro.
“O mapa que o cérebro faz do corpo se estende ao longo de uma faixa vertical do córtex cerebral perto do centro do crânio. O córtex - uma lâmina de neurônios ou células nervosas grande e profundamente enrugada, existente na superfície dos dois hemisférios cerebrais - comanda todas as nossas sensações, movimentos e pensamentos” – diz Maya.
De onde veio esse som? Que cor realmente é aquela? O cérebro faz uma escolha dedutiva, baseada na informação em mãos e em algumas simples suposições. Essa conversão é veloz e precisa. Mas ela também é surpreendentemente complicada - tão complicada que o processo não é completamente compreendido pela maioria dos sentidos.
Além disso, a acuidade dessa percepção sofre danos ao longo do tempo e isso deve ser levado em conta no desenvolvimento do projeto. Estudos mostram que o ser humano tem, em média, 25 anos de plenitude dos sentidos. Entre os 15 aos 18 anos todos os sentidos estão amadurecendo totalmente e por volta dos 40 anos, os sinais de fraqueza se manifestam começando pelos primeiros sintomas de falha na visão.
“Com o passar do tempo, o aumento do número de substâncias oxidantes acumuladas no organismo dificulta o perfeito funcionamento do corpo e se torna a maior causa de queda de eficiência dos sensores (órgãos que captam os sinais exteriores, como olhos e ouvidos), das vias de transmissão (os nervos que encaminham os estímulos até o cérebro) e do processamento dos sentidos”. – explica uma matéria publicada no site da Folha Online.
A tarefa difícil é agregar todas as informações necessárias e esperadas pelos clientes e usuários, no menor tempo em que você conseguir concluí-lo (ou não), deve chamar atenção, ter diferencial, atingir o público-alvo esperado, expressar a atitude da marca, ser ecologicamente correto, entre várias outras características que consideramos sem nem mais pensar nelas. E é nessa automação que ignoramos algumas alternativas diferentes e bem simples que poderiam nos poupar tempo e estresse.
O fato é que a grande tendência ao fazermos trabalhos parecidos, é automatizarmos o processo ao longo do tempo. Isso nos torna mais eficazes, mas ao mesmo tempo mais preguiçosos na busca de novas soluções.
Há várias maneiras de diferenciar o seu produto e torná-lo o melhor da categoria, no entanto, o objetivo desse projeto é otimizar tanto o valor do seu projeto quanto a experiência do usuário, apresentando alguns conceitos com ênfase no estímulo sensorial e na carga emocional gerada por ele.
Antes de pensarmos em tornar nosso produto conhecido mundialmente e vendermos milhões de peças, devemos considerar que ele tem que, acima de tudo, atender a que veio.
Por que sentidos? Às vezes parece meio óbvio que devamos estimular sensorialmente nosso público-alvo e intuitivamente fazemos isso toda hora. Entretanto, aplicar esses conceitos racionalmente pode fazer toda a diferença, porque assim selecionamos qual sentido se aplica melhor ao trabalho que estamos desenvolvendo.
Na grande parte das vezes, chegamos a uma solução visual e ela pode dar certo. No entanto, poderíamos perder bastante tempo tentando fugir de modismos, lugares comuns e da supersaturação de informação do mercado, quando a resposta pode estar mais próxima que pensamos. Quando somos bombardeados por estímulos visuais, a habilidade de assimilar a informação é restrita a sete mensagens diferentes.
A tabela abaixo mostra a distribuição discrepante da absorção de informações pelos consumidores.
Visão - 83%
Audição - 11%
Olfato - 3,5%
Tato - 1,5%
Paladar - 1%
Atualmente não precisamos ir tão longe para concluir que a eficiência do acesso à informação, seja de um produto, um anúncio ou qualquer outro tipo de mensagem que queiramos transmitir, precisa ser aperfeiçoada. Há um enorme número de interferências que podem comprometer a recepção dessa comunicação, tais como limitações físicas, excesso de informação, aparelhos musicais, celulares e outras mais que nos deparamos diariamente.
Um bom exemplo de interferência que ocorre muito freqüentemente é a dificuldade de visualização do número de um ônibus que se aproxima do ponto. Muitas pessoas têm dificuldade em identificar o número de uma distância longa e um artifício que serve como “bengala” nesses casos é a cor ou desenho utilizado na carroceria do veículo.
Um design bem aplicado nesse caso pouparia esforço, irritação e tempo dos passageiros que não identificam seu ônibus a tempo.
Para que a informação seja bastante clara e coerente com a situação em que será aplicada, deve-se levar em conta também o fato de que o que chama a nossa atenção, em muitos casos, é a mudança. Nossos sentidos são extremamente sensíveis à mudança e objetos estacionados acabam tornam-se parte do plano de fundo e geralmente ficam invisíveis, da mesma forma que sons usuais tornam-se praticamente inaudíveis.
As características físicas do estímulo ao nosso redor são bem diferentes do que é percebido pelos seres que habitam esse espaço e entre as próprias pessoas entre si. Nosso sistema nervoso, por exemplo, reage somente a um determinado alcance de ondas luminosas, de forma que não percebemos os raios infra-vermelhos (percebidos por determinadas cobras) ou os ultra-violeta (que abelhas percebem). Além disso, nosso sistema nervoso é limitado pelos nossos genes, experiências anteriores e nosso estado atual de atenção.
Como explica Maya Pines, escritora especializada em aspectos sociais da medicina, a interpretação do estímulo é feita por uma ação em conjunto dos neurônios receptores de cada órgão relacionado a determinado sentido e o cérebro. Esses neurônios lidam com tipos de energia distintos - eletromagnética, mecânica ou química. Eles parecem diferentes entre si e exibem diferentes receptores de proteínas. Mas o resultado é o mesmo: converter um estímulo em um impulso eletroquímico nervoso, que é a linguagem comum do cérebro.
“O mapa que o cérebro faz do corpo se estende ao longo de uma faixa vertical do córtex cerebral perto do centro do crânio. O córtex - uma lâmina de neurônios ou células nervosas grande e profundamente enrugada, existente na superfície dos dois hemisférios cerebrais - comanda todas as nossas sensações, movimentos e pensamentos” – diz Maya.
De onde veio esse som? Que cor realmente é aquela? O cérebro faz uma escolha dedutiva, baseada na informação em mãos e em algumas simples suposições. Essa conversão é veloz e precisa. Mas ela também é surpreendentemente complicada - tão complicada que o processo não é completamente compreendido pela maioria dos sentidos.
Além disso, a acuidade dessa percepção sofre danos ao longo do tempo e isso deve ser levado em conta no desenvolvimento do projeto. Estudos mostram que o ser humano tem, em média, 25 anos de plenitude dos sentidos. Entre os 15 aos 18 anos todos os sentidos estão amadurecendo totalmente e por volta dos 40 anos, os sinais de fraqueza se manifestam começando pelos primeiros sintomas de falha na visão.
“Com o passar do tempo, o aumento do número de substâncias oxidantes acumuladas no organismo dificulta o perfeito funcionamento do corpo e se torna a maior causa de queda de eficiência dos sensores (órgãos que captam os sinais exteriores, como olhos e ouvidos), das vias de transmissão (os nervos que encaminham os estímulos até o cérebro) e do processamento dos sentidos”. – explica uma matéria publicada no site da Folha Online.
O primeiro passo...
Olá pessoal,
Sejam bem-vindos ao mundo do Design Sensorial!
Esse é apenas o primeiro passo para explorar esse assunto que tem muito potencial.
Desculpem a simplicidade, mas foi o que o tempo que eu tinha me permitiu fazer.
Sintam-se a vontade para comentar, adicionar informações, criticar e me corrigir.
O blog está aí para isso.
Enjoy! =)
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